Morador da periferia de Anápolis, Alexandre Duarte participou de etapa que reuniu outros 32 competidores. Apaixonado pelo que faz, ele conta como descobriu o esporte há 13 anos: 'Amor à primeira vista'.
O pintor de paredes Alexandre Duarte, de 30 anos, conquistou o primeiro lugar no Campeonato Nacional de Breaking, modalidade que vai estrear nas Olimpíadas de Paris 2024. Morador de Anápolis, a 55 km de Goiânia, ele afirma que deu o melhor de si para superar os principais nomes do esporte no país.
“Eu tenho noção do meu potencial, mas eu sabia que não seria fácil. Fui com o pensamento de dançar o melhor possível. Dei o meu melhor e consegui vencer”, comemora Alexandre.
A etapa nacional reuniu 32 finalistas e aconteceu no último domingo (3), em São Paulo. Na decisão, Alexandre, conhecido como B-Boy Xandin, usou movimentos que envolvem velocidade, impulso e elementos acrobáticos para superar o adversário. Agora, ele se prepara para representar o país na final mundial, prevista para acontecer em novembro, na Polônia.
“Foi essencial eu ter ganhado esse campeonato porque me dá confiança para o próximo. Ganhar o torneio causa uma sensação muito diferente de tudo, não consigo acreditar até agora”, afirmou.
Trajetória
Alexandre Duarte durante Campeonato Nacional de Breaking, Goiás — Foto: Alexandre Duarte/Arquivo pessoal
Alexandre Duarte durante Campeonato Nacional de Breaking, Goiás — Foto: Alexandre Duarte/Arquivo pessoal
A trajetória de Alexandre com o breaking já completou 13 anos. Morador da periferia, foi por acaso que ele descobriu o amor pelo esporte depois de ver um grupo da igreja do bairro onde ele mora dançando na garagem de uma casa.
“Eu estava andando de skate e tinha umas pessoas treinando na garagem de casa. Foi amor à primeira vista. Desde então eu não parei mais”, afirmou.
Em 2012, Alexandre venceu o mesmo campeonato nacional. Porém, ele conta que na época o esporte não era tão popular e que isso mudou depois que a modalidade foi confirmada nos próximos Jogos Olímpicos, pois acabou trazendo maior visibilidade para os competidores.
“Não busco ser o melhor. Mas quero mais visibilidade, mais reconhecimento. Participar das olimpíadas é importante porque possibilita justamente isso. Quem vai para lá vai porque merece”, afirmou.
Apesar de ser apaixonado pelo esporte, Alexandre conta que não consegue se sustentar por meio do breaking. Por isso, ele divide o tempo entre o trabalho como pintor de paredes e o treino para as competições.
“Eu faço por amor mesmo. É o meu lazer. Saio do trabalho às 17h, descanso um pouco e vou treinar”, afirmou.