Grupos de notícias



Paciente deverá ser indenizado após ter queimaduras ao ser tratado com produto veterinário.


Um homem de 34 anos que teve queimaduras de segundo grau depois de ser queimado com produto veterinário no tratamento para tirar larvas do ouvido deverá ser indenizado. O caso aconteceu em Pires do Rio, no sudeste goiano, no ano de 2015. Por determinação da justiça é para que médico e hospital indenizem o motorista de aplicativo Mauro Ribeiro de Oliveira Filho, mas ainda cabe recurso.

Mauro conta que trabalhava em uma fazenda e, no final do dia, quando entrava em um ônibus para voltar para casa, uma mosca entrou dentro do ouvido dele. Ao chegar em casa, estava incomodado e percebeu que o inseto ainda estava lá. Ele foi até o hospital municipal, onde uma limpeza foi realizada e foi liberado para ir para casa. Mas na madrugada passou a sentir muitas dores.

De volta à unidade de saúde, o médico plantonista fez nova limpeza e indicou uma medicação. Em casa, as dores não passaram. Ele esperou amanhecer, pingou o remédio e foi até a casa da mãe e ela colocou a medicação novamente. Ele diz ter sentido dores muito intensas e quando o irmão olhou dentro do ouvido, estava cheio de larvas. Ele voltou novamente para o hospital para retirá-las.

Medicação para animais

No dia seguinte, a mesma história. Mas dessa vez, o médico que o atendeu sugeriu que o pai do paciente comprasse uma medicação usada em animais. O pai trouxe um frasco e entregou para o médico. "A gente pensou que ele usaria um cotonete ou algo do tipo, mas ele despejou no meu ouvido. Limpou um pouco e colocou novamente. Depois me disse para ficar de repouso até que voltasse de outro procedimento."

Quando o médico retornou, ele conta que avisou que estava sentindo o rosto queimar e que ainda sentia dores. "O médico pediu para um enfermeiro limpar, mas ele se recusou. Acredito que foi porque ele viu que estava errado, que tinha queimado." O médico determinou que ele ficasse internado por dois dias. Quando teve alta, foi até a delegacia e registrou uma ocorrência.

Encaminhamento

Mauro se lembra que conseguiu encaminhamento no próprio para fazer tratamento em Goiânia e que demorou bastante até que tivesse tratamento adequado. Apesar das queimaduras, ele diz que não teve danos relevantes nos tímpanos. "Meu maior prejuízo foi emocional. Estava saindo de uma depressão e tive piora. Tinha muita vergonha, não saía de casa. Fiquei seis meses afastado do trabalho, sem receber. Foi bem complicado."

Ele conta que entrou na justiça para pedir reparação pelos danos morais e emocionais. "Tudo que passei foi complicado. Sei que ninguém teve culpa da mosca entrar no meu ouvido, mas o tratamento não foi correto, tive queimaduras e uma série de complicações emocionais e financeiras por conta dessa situação."

A reportagem tentou contato com a prefeitura de Pires do Rio e com o hospital municipal da cidade, mas ainda não foi dada resposta se haverá ou não recurso.


//