Dois advogados foram presos durante operação contra fraudes em ações judiciais em Goiás, Maranhão e Pará. Ao todo, a Polícia Civil cumpre 11 mandados de prisão, sendo que 8 já foram confirmados em Anápolis. A Justiça de Goiás autorizou bloqueio de R$ 1,3 milhão em contas de 11 investigados.
Segundo decisão judicial que autorizou a operação, o grupo criava notas promissórias falsas, nas quais constava um idoso como devedor e, como credor, um dos investigados. Após isso, eles ajuizavam ação de execução de título extrajudicial contra as vítimas e pediam os bloqueios de valores nas contas delas.
A polícia investiga os crimes de fraude processual, furto mediante fraude, uso de documento falso e associação criminosa contra 16 vítimas.
"O grupo sempre procurava vítimas idosas de idade avançada, especialmente para que não procurassem autoridades para reclamar sobre o dinheiro perdido", diz a decisão.
No meio do processo, como eles informavam dados errados das vítimas, elas não eram citadas e acabavam não sabendo do processo. Depois, ele pediam o levantamento dos valores via alvará judicial.
São cumpridos os seguintes mandados:
12 mandados de busca e apreensão e 8 de prisão em Anápolis;
1 mandado de busca e apreensão e 1 de prisão em Goiânia;
1 mandado de busca e apreensão e 1 de prisão em Redenção, no Pará;
1 mandado de prisão em São Luís, no Maranhão.
A Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Goiás (OAB-GO), disse em nota que a subseção de Anápolis foi comunicada formalmente sobre o cumprimento de mandados judiciais contra advogados.
A partir disso, a Comissão de Direito e Prerrogativas (CDP) local acompanhou a operação, que ocorreu dentro da normalidade. A OAB informou que vai continuar acompanhando o caso e adotar as providências cabíveis de acordo com o Estatuto da Advocacia.
"A OAB tem por regra acompanhar toda ocorrência envolvendo seus inscritos, tanto para resguardo de suas prerrogativas como para fiscalização dos deveres funcionais", diz a nota.