Grupos de notícias



Postos vendem gasolina abaixo de R$ 5 o litro, em Goiás .


O motorista goiano já consegue abastecer o carro pagando menos de R$ 5 pelo litro da gasolina. Ontem, o combustível já podia ser encontrado por até R$ 4,97 em postos de Goiânia e R$ 4,99 nas revendas de Aparecida, uma queda de quase R$ 3 em relação ao preço máximo de R$ 7,89 registrado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) na semana que antecedeu a desoneração do produto, em junho. Agora, o motivo foi a redução de 5% anunciada pela Petrobras esta semana, mas que ainda não foi integralmente repassada pelas distribuidoras aos postos.

O valor cobrado pelo combustível nas revendas vem sendo reduzido desde que a cobrança de PIS-Cofins foi zerada e a alíquota de ICMS reduzida de 30% para 17% em Goiás. Agora, o preço teve uma nova queda após a redução de 4,9% feita pela Petrobras no preço praticado nas refinarias, que passou de R$ 4,06 para R$ 3,86 na última quarta-feira, um recuo de R$ 0,20.

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado (Sindiposto-GO), Márcio Andrade, conta que os novos preços animaram o consumidor e as vendas vem crescendo desde que houve uma redução mais significativa nas bombas. Ele explica que, hoje, os motoristas já estão abastecendo volumes maiores de combustível. “As pessoas passaram a colocar mais litros no tanque. Antes, era bem maior o número de clientes que só abasteciam pequenos valores, de até R$ 50.”

Esta semana, com a nova redução anunciada pela Petrobras, Márcio informa que os preços nas distribuidoras caíram entre R$ 0,08 e R$ 0,14. Mas isso significa que as companhias ainda não repassaram toda a redução promovida pela estatal, que deveria ser de R$ 0,20, e nada garante que isso acontecerá.

Segundo o presidente do Sindiposto-GO, o preço médio foi reduzido de R$ 5,03 para R$ 4,95 em algumas distribuidoras. Foi o caso de postos de bandeira Shell, por exemplo. Já a Ipiranga reduziu o preço em R$ 0,14. Os postos de bandeira branca já estavam comprando o litro do combustível por R$ 4,86 ontem. “O preço mais baixo também beneficia os postos, que hoje precisam de menos capital de giro para manter estoques”, diz.

Mesmo assim, Márcio Andrade questiona a viabilidade da baixa lucratividade dos estabelecimentos que estavam vendendo o litro da gasolina por menos de R$ 5 ontem. “Isso é realmente desafiador para o caixa das empresas, mesmo se tratando de uma promoção. Só pode ser uma necessidade de fazer dinheiro rápido para pagar alguma emergência”, diz.

Ele alerta que o consumidor também precisa ficar atento à qualidade e à quantidade do combustível que é liberado pelas bombas na hora de abastecer, e não buscar apenas preços mais baixos. O presidente do Sindiposto-GO lembra que o motorista tem o direito de solicitar a realização de testes no posto para conferir a qualidade e mensurar a quantidade de combustível liberada. A tolerância máxima é de 0,5% a menos, ou 100 mililitros a cada 20 litros.

Inflação

A gasolina é o item de maior peso no cálculo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE, que mede a inflação oficial no Brasil. Só em Goiânia, ela responde por 8,88% do índice. Por isso, esta queda no preço da gasolina já começou a impactar o custo de vida na capital, com redução de 2,8% em junho. Com isso, a inflação do grupo de transportes teve uma redução de 0,13% no mês passado.

Mas o economia Edson Roberto Vieira lembra que a queda no preço da gasolina aconteceu na última semana de junho, se refletindo apenas em alguns dias do mês. Por isso, o maior impacto deve ser sentido neste mês de julho, quando a pressão inflacionária deve ser menor, já que a redução no preço se refletirá sobre o custo de vida das famílias durante o mês todo, além de contemplar também esta última queda de preço da Petrobras.

Porém, o economista alerta que haveria um impacto bem maior sobre os custos de produção e sobre a inflação se também houvesse queda no preço do diesel. Ao contrário da gasolina, o diesel registrou alta de 4,37% em junho. “Este combustível é um item importante na formação de custos de produção por uma questão de logística, pois o modal rodoviário é a base do transporte de mercadorias no País”, explica.


//