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PF cumpre mandados contra servidores do Mapa suspeitos de receber R$ 10 mil mensais para não fiscalizar frigorífico em Goiás.


Segundo investigação, fiscais do Ministério da Agricultura emitiam certificados sanitários com data retroativa, sugerindo falta de fiscalização presencial em produtos de origem animal.

A Polícia Federal cumpriu dois mandados de busca e apreensão de documentos contra servidores do Ministério da Agricultura (Mapa) suspeitos de receber até R$ 10 mil por mês para deixar de fiscalizar a produção de produtos de origem animal de um frigorífico de Palmeiras de Goiás, na região central do estado. Os policiais estiveram na casa de um auditor agropecuário, em Goiânia, e no frigorífico.

Os nomes dos auditores e do frigorífico não foram divulgados. Por isso, o G1 não localizou a defesa para se manifestar sobre os mandados de busca e apreensão.

A Operação "A Posteriori" apurou que auditores fiscais emitiam certificados sanitários “a posteriori”, ou seja, com data retroativa, sugerindo a falta de fiscalização presencial dos produtos de origem animal comercializados, como carne e frango.

A investigação detectou depósitos mensais considerados suspeitos, que variavam de R$ 5 mil a R$ 10 mil entre os anos de 2018 a 2019. Segundo a Polícia Federal, tais valores representaram quase 50% da remuneração do cargo de Auditor Agropecuário do Mapa para o período.


A Polícia Federal fez levantamentos patrimoniais dos suspeitos, que apontaram evolução supostamente incompatível com os rendimentos do servidor público, com a "possível simulação de resultados a justificar os acréscimos da variação patrimonial".

A operação é um desdobramento da investigação começou em julho de 2018, por meio de denúncia encaminhada ao Ministério da Agricultura comunicando a suposta atividade criminosa envolvendo servidores públicos agropecuários e um frigorífico de Palmeiras de Goiás.

Segundo a Polícia Federal, os investigados poderão responder por associação criminosa, corrupção ativa e passiva, além de lavagem de dinheiro, com penas que podem chegar a mais de 10 anos de prisão.


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