O motorista do ônibus que saiu de Goiás e tombou em Minas Gerais, deixando 12 mortos, estava 50% acima da velocidade permitida, segundo o perito Daniel Luiz de Souza. A Polícia Civil de Minas Gerais informou nesta quinta-feira (15), durante coletiva de imprensa, que concluiu o caso e que o condutor, de 58 anos, foi indiciado por 12 homicídios dolosos e 46 tentativas de homicidio.
Por não ter o nome divulgado, O POPULAR não conseguiu o contato dele para que pudesse se posicionar. A Real Expresso, empresa que integra o Grupo Guanabara e responsável pelo ônibus, informou, em nota ao g1, que continua colaborando integralmente com as autoridades na investigação do acidente, com total transparência e responsabilidade.
Conforme a conclusão da polícia, o ônibus trafegava a aproximadamente 96 quilômetros por hora (km/h) no momento do acidente, sendo que a pista permite a velocidade máxima de 60 km/h. O ônibus se arrastou por cerca de 9 metros após tombar, de acordo com a PC.
A perícia constatou que o condutor do ônibus, ao chegar no trevo, o fez com a velocidade bem acima da que era permitido para o local. Ali havia uma placa R19 que limitava a velocidade naquele trecho de 60 km/h. Através da telemetria, que nos foi passada pela empresa, a gente verificou que o ônibus estava em uma velocidade acima de 90 km por hora, acima de 50% a mais do permitido", disse o perito à TV Integração, que foi transmitida pela TV Anhanguera.
Além disso, a perícia levantou que a curva do local conhecido como Trevo do Queixinho, onde o veículo tombou, é considerada acentuada. Dessa forma, com o excesso de velocidade, o motorista perdeu o controle da direção e esmagou diversos passageiros.
Crimes
O acidente aconteceu na madrugada do dia 8 de abril deste ano, na rodovia MG-223, no Km 134. O ônibus saiu de Anápolis e ia em direção à São Paulo, segundo a Polícia Militar Rodoviária de Minas Gerais (PMRv).
Ao todo, 10 pessoas morreram no local, e mais uma enquanto era socorrida no hospital. Segundo a PC, a última vítima perdeu a vida há poucos dias, após ficar internada. Duas crianças de 2 e 4 anos estão entre os mortos.
O delegado responsável pelo caso, Rodrigo Luiz Fiorindo Faria, disse que o motorista foi indiciado por 12 homicídios e 46 tentativas de homicídio qualificados, por impossibilidade de defesa das vítimas.
Segundo o investigador, além do resultado da telemetria do veículo e o levantamento da perícia no local, os depoimentos dos sobreviventes confirmaram que o motorista tinha pressa para "tirar o atraso".