Sem vagas, habitantes dizem que para enterrar um corpo é preciso fazer exumação ou levar para outra cidade. Prefeito confirmou superlotação e disse que trabalha para construir novo cemitério.
Moradores denunciam que o Cemitério Municipal de Piranhas, na região oeste de Goiás, está lotado e que não há mais vagas para sepultamentos. Com a lotação, o técnico de refrigeração Alan Kardec teve de "emprestar" uma vaga em um túmulo da família dele para que a mãe de uma amiga pudesse ser enterrada. Ao G1, a prefeitura confirmou a superlotação e disse que trabalha para construir um novo cemitério.
"Lá não está tendo vaga para enterrar e eu senti que deveria ajudar. Como eu tenho a sepultura lá, onde estão enterrados meu pai, minha mãe, irmã e um sobrinho, eu falei para ela [a amiga] falar com o coveiro, que eu autorizaria", disse o morador.
O enterro da mulher foi feito na segunda-feira (9), mas, segundo moradores, a lotação no cemitério acontece há mais tempo. O consultor de piscinas Gerson Francisco Severino, de 38 anos, que gravou o vídeo, disse que, atualmente, para enterrar alguma pessoa no local é preciso fazer a exumação de algum corpo.
"O cemitério não tem mais nem portão, os muros estão caindo. Agora, chegou a um ponto que não tem mais condição. Não tem como colocar ninguém. Para enterrar alguém, tem que exumar. Se a família não tiver algum túmulo, tem que levar para outra cidade", explicou.
Ainda segundo Gerson, o projeto para a construção do novo cemitério na cidade se arrasta há anos. "Existe um projeto que já vem de outros mandatos, mas já tem muitos anos e ninguém executa", disse.
Ao G1, o prefeito Marco Rogério (Solidariedade), conhecido como Chicão, confirmou que o local está superlotado e disse que o projeto para construção do novo cemitério está encaminhada e que já possui até o terreno. De acordo com o gestor, a previsão é que a construção comece em cerca de três meses.
"Realmente, está superlotado, mas é algo que já vem de vários anos. [...] Quando a pessoa [que morreu] não tem família, é um caos. Lá não está podendo enterrar, porque já está um em cima do outro, mesmo. Vem se arrastando de gestões", disse.
"Nós conseguimos, nesta gestão, uma nova área e estamos readaptando o projeto. Estamos fazendo um levantamento para solucionar isso o mais rápido possível e para começar essa obra daqui dois, três meses. Mesmo que seja de forma simples, mas vamos começar essa obra para não termos esse transtorno", continuou o prefeito.
Sobre as reclamações de descaso e problemas estruturais do cemitério atual, Chicão disse que a prefeitura pretende restaurar o cemitério municipal para manter a "aparência".
"Nesse cemitério nós temos que manter a aparência dele. Quando nós [assumimos a gestão], nós pegamos ele com vários problemas, inclusive, metade do muro já tinha caído e nós reformamos. Nós já estamos providenciando para arrumar", disse.