A Polícia Civil concluiu as investigações do caso da adolescente Amélia Vitória, de 14 anos, que foi raptada e morta após sair de casa para buscar a irmã na escola, em Aparecida de Goiânia. Um novo suspeito, identificado como Janildo da Silva Magalhães, foi preso e indiciado pelos crimes contra a menina. O envolvimento do pedreiro, de 47 anos, que estava preso como possível autor, foi descartado.
Durante entrevista coletiva nesta terça-feira (05), os delegados Eduardo Rodovalho e André Botesini revelaram que o envolvimento de Janildo com o caso de Amélia foi confirmado a partir de exames de DNA, que constataram que a adolescente foi estuprada por ele antes de morrer e também por imagens de câmeras de segurança, que o conectam com os crimes.
Segundo a polícia, Janildo tem 38 anos, era aposentado por invalidez e possui uma série de antecedentes por crimes sexuais, furtos, roubos, tráfico de drogas e até homicídio. O g1 não localizou a defesa dele para se manifestar até a última atualização desta reportagem.
Estupro e morte por asfixia
A partir das investigações, a polícia constatou que Janildo tinha o costume de praticar furtos e roubos usando uma bicicleta, na região em que Amélia desapareceu. A principal hipótese é que ele tenha saído de casa no dia 30 de novembro para praticar furtos, mas acabou encontrando Amélia pelo caminho e decidiu raptá-la, já com o intuito de estuprá-la.
Segundo o delegado Eduardo Rodovalho, o investigado se aproveitou que o local tinha pouca movimentação, ameaçou a estudante com uma faca e a levou para os fundos de um imóvel, próximo a uma região de mata, onde a estuprou pela primeira vez.
Após esse primeiro esse primeiro ato de violência sexual, Janildo colocou a vítima no cano da bicicleta, usando a faca para paralisá-la, e fez um percurso de aproximadamente 6km com ela, até chegar em um local que ele usava como esconderijo para usar drogas e colocar objetos roubados. "Local insalubre", diz o delegado.
“Nas imagens dá para ver quando, durante o percurso, ele obriga a vítima a empurrar a bicicleta para ele. A vítima obedeceu, mas dá para ver que ela estava paralisada pelo medo”, afirma Rodovalho.
No imóvel abandonado, Janildo teria continuado estuprando Amélia durante toda a noite. Segundo a polícia, durante a perícia foram encontrados diversos vestígios que indicam o crime, como peças íntimas, sangue e fios de cabelo da menina.
Em determinado momento, o investigado decidiu matar a adolescente. O resultado do laudo cadavérico indica que a morte dela foi causada por asfixia.
Relembre o caso
Amélia desapareceu na quinta-feira (30) após sair de casa para buscar a irmã na escola, no Residencial Astória. A família contou que só percebeu que a adolescente sumiu após a escola ligar e dizer que ninguém havia aparecido para buscar a irmã dela. Segundo a tia, neste dia, a bicicleta de Amélia havia estragado e, por isso, ela foi andando. Além disso, não levou o celular por causa da chuva.
“Nós refizemos o caminho, ligamos para as amigas dela, pedimos imagens das câmeras no caminho”, afirmou Cristiane.
De acordo com a família, como Amélia não era uma menina rebelde, ela não tinha motivos para fugir. “Não tem namoradinho nenhum. Não foi por rebeldia, até porque não era o perfil dela. Ela sempre foi bem tranquila, muito calma, nunca deu trabalho nenhum”, destacou Cristiane. A família denunciou o sumiço à polícia, que começou a procurar pela adolescente com apoio do Corpo de Bombeiros.
Após saber sobre o desaparecimento de Amélia, a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) começou a investigar o caso e os bombeiros iniciaram as buscas. Câmeras de seguranças registraram a adolescente caminhando pelas ruas antes de desaparecer. Último vídeo mostra ela em uma região há cerca de 10 minutos do colégio