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Vanderic defende uso de câmeras nas fardas de policiais em Anápolis.


Utilizadas pela Delegacia Especializada em Investigação de Crimes de Trânsito (Dict) de Anápolis há pelo menos sete anos, as câmeras nos uniformes têm sido grandes aliadas dos policiais civis. Isso porque, com os registros, o número de ofícios contra a corporação reduziu drasticamente.

Ao DM Anápolis, o delegado titular da Dict, Manoel Vanderic, afirmou se sentir respaldado pelo instrumento de trabalho e que ele próprio buscou adotar a medida anos atrás, por meio do Ministério Público (MP).

“Eu já uso as câmeras há oitos anos. Pedi as verbas, o MP me cedeu, e hoje os policiais usam. Eu não faço operação sem estar filmando, porque o risco jurídico para mim é enorme”, explicou.

Segundo o delegado, atualmente, o comportamento da população vem mudando durante as abordagens e, com isso, as situações de perigo também.

“Antigamente era outro cenário. “Nossa! A polícia…”. Hoje o povo já desce gritando, “TÔ FILMANDO VIU?!”, com o celular na sua cara e te provocando, então se você não filmar e não tiver essa proteção, você está ferrado”, disse.

“Então, hoje a pessoa me desacata, não sopra o bafômetro, fala que não bebeu, eu mando o vídeo, é uma prova”, completou.

Ao citar um exemplo de um advogado que acusou a equipe da Dict de “forçá-lo a soprar o bafômetro”, Vanderic lembra que apenas enviou o vídeo da abordagem ao juiz para provar que a acusação não se sustentava.

“Eu falo que essa luta contra a utilização de câmera é ignorância. Para mim a câmera, salva a minha pele. Hoje a gente vive numa sociedade tão desvirtuada e eu acho que a polícia ainda não se atentou que ela precisa da câmera”, completou.

Contexto 
 

O questionamento surge em meio ao imbróglio jurídico envolvendo a instalação de câmeras nos uniformes de policiais da 31ª Companhia Independente da Polícia Militar e do Comando de Policiamento Especializado (CPE) de Anápolis.

A decisão foi tomada pela juíza Mônice de Souza Balian Zaccariotti, com intuito de diminuir os índices de letalidade policial na cidade que, atualmente, ocupa o quarto lugar no ranking estadual.

Posteriormente, a pedido da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), o desembargador do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), Carlos Alberto França, derrubou a decisão da magistrada, alegando que a medida não é atribuição do judiciário, e sim do executivo.

Agora, o MP, por meio de seis promotores, entrou com um requerimento contra a suspensão.

Fonte: DM Anápolis


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