A Polícia Civil ouviu, na última terça-feira (5), dois funcionários de um hospital de Pirenópolis onde a médica Jayda Bento, de 26 anos, foi encontrada. As testemunhas, que encontraram Jayda já sem vida e trancada dentro de um banheiro, relataram que no local havia uma seringa suja de sangue e um frasco de medicamento usado no tratamento de dor.
Segundo o delegado Tibério Martins, foram ouvidos um auxiliar de serviços gerais e uma técnica de enfermagem. Os profissionais contaram que, na tarde de 25 de junho deste ano, foram à procura da médica após ela sair para intervalo em seu plantão e não voltar mais.
“Ela atendeu até às 12h40. Outro médico que estava no atendimento mandou mensagem, mas ela não retornou. Eles saíram procurando e, pouco depois das 15h, encontraram a sala semi-intensiva com o banheiro trancado e barulho de água [da torneira] lá dentro”, detalhou o delegado.
Estranhando a situação, as testemunhas disseram ter chamado pelo nome de Jayda, mas não tiveram resposta. Eles arrombaram a porta e a encontraram sentada no chão, escorada na parede e cianótica (quando a pele ganha uma coloração azulada).
Um médico checou seu pulso e constatou que ela não tinha sinais vitais. Foi quando a polícia foi chamada.
Remédio para dor
Ainda de acordo com o delegado Tibério Martins, as testemunhas contaram terem visto, dentro do banheiro, uma seringa suja de sangue e um frasco do medicamento fentanila.
O medicamento tem como base o opioide fentanil, potente analgésico usado no tratamento de dores. Um laudo vai confirmar ser havia, ou não, a presença da substância no sangue de Jayda.
Mais testemunhas
Martins adiantou que dois médicos devem ser ouvidos na próxima quinta-feira. “Como alguns não moram em Pirenópolis, vamos marcar no dia que tiverem plantão na cidade”, disse. O delegado também informou que vai ouvir familiares da médica e outros funcionários do hospital.
As investigações prosseguem. No entanto, a principal hipótese até agora é a de morte acidental.
Em nota divulgada na ocasião da morte, a Fundação Universitária Evangélica (Funev), gestora do Hospital Estadual Ernestina Lopes Jaime (HEELJ), lamentou “profundamente o ocorrido”. Segundo a instituição, “todas as informações foram repassadas às autoridades competentes pela investigação do caso"