Um casal foi preso na última quarta-feira (27), na região metropolitana de Cuiabá, no Mato Grosso, suspeito de dar golpes em agropecuaristas de Goiás. O homem e a mulher, que não tiveram suas identidades reveladas pela Polícia Civil (PC), procuravam fazendeiros do Estado e prometiam facilitar e acelerar o processo de retirada de licenças ambientais. No entanto, os documentos fornecidos pelo casal eram falsos.
O crime ocorria desde 2020. Vários agropecuaristas informaram à Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (Semad) que haviam sido procurados por telefone por supostos funcionários da pasta que diziam que sabiam do processo em andamento. Depois, eles se ofereciam para dar maior celeridade ao processo ou encaminhar a licença sem passar por todos os trâmites legais.
De acordo com o delegado do Grupo de Repressão a Estelionato e outras Fraudes, que investiga o caso, Paulo Ludovico, o casal cobrava de R$ 10 mil a R$ 15 mil, a depender da quantidade de serviços prestados aos proprietários das terras. A polícia ainda informou que nove fazendeiros caíram no golpe e efetuaram o depósito. No entanto, o documento recebido por eles era falso.
"Vale frisar que o agropecuarista também pode responder por crime de documento falso e a pessoa que oferece a vantagem em processo ou efetivação da licença ou celeridade, se constatado que é servidor, também responde por crime de corrupão e concussão", afirma o delegado.
Segundo o investigador, ainda não há um cálculo geral do prejuízo provocado pelo casal. A polícia também investiga se o mesmo crime ocorreu em outros estados.
O delegado diz que as investigações vão prosseguir para identificar se há envolvimento de algum servidor da Semad no crime.
O homem preso possui passagem por roubo e recepção, além de estelionato. O casal poderá responder por estelionato.
Além dos mandados de prisão, foram cumpridos mandados de busca e apreensão na residência dos suspeitos. Com os objetos apreendidos, a polícia descobriu que os investigados coletavam informações das vítimas diretamente do sistema da Semad, que mantinha os dados dos processos on-line e acessível ao público.
A operação contou com o apoio da Gerência de Operações de Inteligência da Polícia Civil de Goiás e apoio logísitco da Delegacia de Repressão a Crimes Informáticos e da Polinter, da Polícia Judiciária Civil do Estado do Mato Grosso.