O Governo de Goiás anunciou o uso de detectores de metal nas escolas da rede estadual com o objetivo de “reforçar a segurança interna”. Segundo informações da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), são ao menos R$ 1,8 milhão destinados à Política Estadual de Prevenção e Combate à Violência Escolar. Essas medidas vieram como resposta à onda de violência nas escolas que estourou entre os meses de março e abril deste ano.
Em nota, a Seduc afirma que os recursos necessários já foram repassados aos Conselhos Escolares. Os equipamentos já teriam sido comprados e estão em processo de entrega. Até o momento, cerca de 600 unidades que receberam o equipamento já aderiram às novas medidas de segurança. A orientação específica da Seduc é de que haja um detector de metal para cada 100 alunos nas instituições.
O gestor do Centro de Ensino em Período Intergral (Cepi) Juscelino Kubitschek de Oliveira, em Água Lindas de Goiás, conta que a revista nas mochilas com os novos aparelhos é feita de forma esporádica. “A aceitação foi muito tranquila e a comunidade está gostando dessa ação”, garantiu.
A importância da medida
Os incrementos recentes na segurança de instituições de ensino, sejam privadas ou públicas, se deve a recentes casos de violência no meio escolar.
Na primeira metade de abril, um ataque a um colégio estadual em Santa Tereza de Goiás deixou três alunos feridos. O estudante apreendido suspeito de ser responsável pelo ataque tinha em sua mochila faca, machadinha, balaclava, “bombinhas” caseiras entre outros materiais.
A nível nacional, o caso de uma escola de São Paulo chamou a atenção em todo país. Um adolescente de 13 anos teria atacado seis pessoas. Entre as vítimas, uma professora de ciências, Elizabeth Tenreiro, morreu, e outras cinco, sendo três professores e dois alunos, ficaram feridas.
As ondas de ataque às escolas trouxeram à tona uma movimentação virtual que estimulava a violência nesses ambientes. À época das ameaças, a Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP-GO) divulgou que 55 adolescentes com algum envolvimento nessas ações foram apreendidos.
O superintendente de Segurança Escolar e Colégio Militar da Seduc, Mauro Ferreira Vilela, disse que, no momento de ápice da crise, pelo menos 80% das unidades de ensino da rede estadual teriam recebido mensagens de ameaça.
Em resposta à onda de violência, tanto governos municipal e estadual quanto federal adotaram medidas específicas para coibir atos de violência nas escolas. São instalações de câmeras de segurança nas unidades, uso de detectores de metal, patrulhamento policial, acompanhamento psicológico de alunos e pais, entre outras medidas, a fim de controlar a onda de violência.
Em Goiás, o Governo lançou a Política Estadual de Prevenção e Combate à Violência Escolar. Entre as principais medidas do pacote, está prevista a compra de um detector de metal portátil para cada 100 alunos das 1.049 escolas da rede estadual.
Além disso, tanto o Governador Ronaldo Caiado quanto a secretaria estadual de educação, Fátima Gavioli, reforçam o papel dos pais e responsáveis no combate à essa onda de violência. O governador diz ser “fundamental para “avançarmos na política preventiva” e afirmou ainda que a família não pode deixar “para as forças de segurança pública e para o estado a responsabilidade desses jovens”.