Os brasileiros vão pagar ao menos 12% mais na tarifa residencial na média do país, quase quatro pontos percentuais acima do reajuste do ano passado, que foi de 8%. Segundo cálculo feito pela TR Soluções, empresa de tecnologia especializada em tarifas de energia, os reajustes da conta de luz serão elevados, em 2022, após dois anos com medidas para segurar aumentos. O estudo realizado não leva em conta impostos, que variam de estado para estado, nem a bandeira tarifária, que, se subir, pode elevar ainda mais o custo da eletricidade.
De acordo com o cálculo, os aumentos no Centro-Oeste se mantêm elevados, mas com um pequeno alívio. Depois de assimilar uma alta de 11% no ano passado, consumidores dessa região vão pagar 9,5% de reajuste na média neste ano. Já a região mais afetada será o Nordeste, onde a tarifa residencial ficará 17% mais cara no ano em média, praticamente dez pontos percentuais acima do reajuste médio no ano passado, que foi de 6,9%.
Já no Sul a retração é expressiva. A conta de luz, na média, vai subir 3% neste ano, depois de uma alta de 8,5% em 2021. São reajustes bem abaixo da inflação. No levantamento, a TR considera as suas projeções para o ano e o valor de tarifas já homologadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). “Detalhes do contrato, a data em que ocorre o reajuste e a variação do peso de encargos setoriais explicam a diferença”, afirma Helder Sousa, diretor de Regulação da TR Soluções.
Além disso, também pressionam os reajustes deste ano itens excepcionais. Entre eles está o pagamento de parcelas do empréstimo bilionário para pagar a energia mais cara das térmicas, na crise hídrica do ano passado. Também há repasses da chamada contra Covid-19, outro empréstimo que bancou as perdas das empresas com a queda no consumo no auge da pandemia.