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Caso Lázaro: há 1 ano, Polícia Civil identificava o paradeiro do fugitivo mais procurado no país.


Era fim de uma manhã de inverno. A data, 28 de junho de 2021, encerrava um ciclo ininterrupto de buscas que duraram quase 20 dias. O Distrito de Girassol, em Cocalzinho, interior goiano, bastante pacato, viveu um período de agitação nunca visto. Teve o sossego paralisado, o silêncio bucólico foi entrecortado pelo barulho contínuo de sirenes, helicópteros, cães farejadores, buscas a pé e a cavalo, viaturas em um vai e vem frenético.

Caso Lázaro: há 1 ano, Polícia Civil identificava o paradeiro do fugitivo mais procurado no país.

 Drones com sensores especiais sobrevoavam a região, de dia e de noite. Homens das forças de segurança pública se concentravam em um único objetivo: localizar e prender Lázaro Barbosa, 32 anos, o fugitivo mais procurado do país naquele momento.

Dono de uma extensa ficha criminal (estupro, roubo, homicídios), Lázaro era suspeito de ter, dias antes, cometido uma chacina em Ceilândia (DF), ao ceifar a vida de quatro pessoas da mesma família: pai, filhos e a esposa, cujo corpo foi encontrado em um córrego, dias depois, com marcas de violência sexual. 

Caso Lázaro: há 1 ano, Polícia Civil identificava o paradeiro do fugitivo mais procurado no país.

Começava aí a procura pelo assassino. Lázaro fugiu para Goiás e passou a se esconder na zona rural de Cocalzinho, em diversas fazendas e chácaras, contando, inclusive, com ajuda de moradores da região que ele conhecia e para quem havia prestado serviço em outras ocasiões.

Quase 300 policiais se mobilizavam em buscas 24h. Em uma escola pública da cidade, foi montada uma base operacional com todas as forças de segurança. A Polícia Civil de Goiás se dividiu nas buscas permanentes, feitas por policiais das delegacias regionais de Águas Lindas, Luziânia e Formosa e das delegacias especializadas estaduais. Em outra frente, a equipe da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE/GT3), o grupo tático de elite da PCGO, capitaneado pelo delegado André Corteze Ganga, se revezava nas buscas. Lembra o titular da CORE/GT3: “Foram 17 dias ininterruptos da operação para capturar o foragido Lázaro, fazendo buscas nas matas diuturnamente, realizando operações aerotransportadas, apoiando no cumprimento de medidas judiciais da Polícia Civil e auxiliando também a Inteligência, lançando snipers no terreno para auxiliar as equipes”. Na base montada, outro grupo de policiais civis se dedicava a investigações baseadas em estratégias de inteligência. A tática, bem sucedida, foi fundamental para encontrar e capturar o fugitivo.

Um dia antes da captura, a Gerência de Inteligência da Polícia Civil de Goiás conseguiu fracionar o perímetro onde Lázaro estaria escondido, delimitando as pistas dos locais por onde ele passou e onde poderia ser encontrado. Foi o gatilho para que o investigado fosse encontrado em pouco tempo. A equipe do delegado regional de Águas Lindas, Cleber Junio Martins, ficou a poucos metros de Lázaro. Foi o momento do cerco policial mais próximo de sua captura. Era domingo. A equipe deixou a base de apoio por volta das 23h para efetuar uma diligência perto da casa da ex-sogra de Lázaro, na periferia de Águas Lindas. Pessoas próximas viram Lázaro em uma região de mata e avisaram a equipe. “Assim que começou a perseguição, ele correu e se embrenhou no mato. A gente falou pra ele se entregar, e ele disse que, se entrássemos, atiraria”, lembra Cleber. O delegado se recorda ainda que aqueles eram os minutos finais da busca. “A sensação era de que havia chegado a hora, cada vez mais fazendo um cerco preciso, para evitar que ele saísse e, ao amanhecer, realizar a prisão”.

Lázaro Barbosa foi encontrado no fim da manhã de uma segunda-feira. A Polícia Civil aferiu o local onde ele estaria e trocou a informação com policiais militares. Lázaro trocou tiros por diversas vezes com a PM, e acabou sendo morto. Com ele havia um bilhete e R$ 4 mil em dinheiro em seu bolso. Delegado-Geral da Polícia Civil, Alexandre Pintou Lourenço enaltece o serviço investigativo da PCGO, que culminou com a localização do fugitivo: “Foi um trabalho bem sucedido, que contou, sobretudo, com o tirocínio e o serviço de inteligência para rastrear os locais em que ele esteve”. E completa: “O Caso Lázaro foi completamente elucidado. Prova disso, é que um fazendeiro suspeito de auxiliá-lo foi preso e indiciado. Apesar da morte de Lázaro, a PCGO finalizou as investigações e solucionou toda a trama criminosa”, pontua o chefe da PCGO. A investigação do Caso Lázaro demonstra que a Polícia Civil de Goiás é o que sempre foi: a melhor do país em investigação criminal.


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