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Bolsa Família faz último pagamento antes de ser extinto.


O Bolsa Família fará, nesta sexta-feira (29), o último pagamento de sua história. Depois de 18 anos de existência, o programa será substituído pelo Auxílio Brasil, criado pela Medida Provisória 1.061. Estima-se que mais de um milhão de beneficiários saquem esta última parcela.

O programa se encerra, oficialmente, na próxima semana com a revogação da lei que o criou. No entanto, diante das incertezas do Auxílio Brasil, o Bolsa Família pode voltar. A MP ainda não foi votada no Congresso Nacional, caso passe o prazo para votação ou a norma seja alterada, as parcelas podem voltar a serem pagas.

A promessa do governo é de iniciar o pagamento do Auxílio Brasil em novembro. Inicialmente, o governo pretendia depositar valores de R$400, mas isso será deixado para dezembro. No próximo mês, a parcela apenas terá reajuste de 20%.

O Bolsa Família foi criado em 2003 pelo presidente Lula. O valor pago para famílias em extrema pobreza era de R$50 com acréscimo de R$45 a depender da composição familiar. Um estudo divulgado pelo Ipea em 2019 apontou que, até 2017, 3,4 milhões de pessoas saíram da pobreza extrema e 3,2 da pobreza. O programa foi responsável por redução 10% da desigualdade no país.

Nos últimos anos, no entanto, o programa sofre defasagem e carece de reajuste. O último aumento foi em 2017. Economistas apontam que, para ser eficaz, o Bolsa Família precisaria de reajuste de 32,2% corrigidos da inflação.

A extinção do programa e a vigência do Auxílio Brasil causam incertezas às famílias. Para ofertar o que o governo promete, será necessário furar o teto do orçamento. Técnicos apontam que não há base legal para transferir o dinheiro. O presidente Bolsonaro espera que o Congresso aprove transferência de R$ 9,3 bilhões do orçamento de um programa para o outro.


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