Grupos de notícias



Troca de acusações marca primeiro debate presidencial no 2º turno.


O primeiro debate presidencial no 2º turno entre os candidatos Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) ocorreu na noite deste domingo (16/10) e foi marcado por ataques entre os dois candidatos tendo como principal tema a corrupção, sendo ela no atual governo ou nos governos petistas, como pauta majoritária no embate.

O debate foi promovido pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação em parceria com a TV Cultura, o Uol e a Folha de São Paulo. Dividido em três blocos, em dois deles os candidatos responderam a uma pergunta dos jornalistas e depois puderam se enfrentar diretamente por 15 minutos livremente. No 2º bloco, o formato não envolvia embate direto e sim perguntas feitas pelos jornalistas.

A primeira pergunta foi sobre a gestão do orçamento, mas a resposta foi prontamente direcionada para acusações e para plataformas já apresentadas na campanha por ambos os candidatos. Bolsonaro destacou o Auxílio Brasil e a proposta de reformas para o novo mandato. Lula abordou a reforma tributária e destacou conquistas dos governos anteriores.

Depois, o primeiro bloco acabou focado na pandemia e na atuação do governo. “O senhor não carrega nas costas um pouco do sofrimento dos brasileiros?”, questionou Lula. “Não tem ninguém que brincou com a morte durante a pandemia como o senhor”, acusou. Bolsonaro por sua parte disse: “Me comovi, me preocupei com cada morte no país”, mas que não precisava fazer propaganda com o sofrimento da população. “A história mostrará quem está com razão”, completou o presidente.


Ainda no final do primeiro bloco, Bolsonaro voltou a tentar associar Lula com facções criminosas e a falar que o ex-presidente teve mais votos nos presídios. “O candidato sabe que quem tem relação com miliciano e o crime organizado não sou eu”, rebateu o petista e mencionou o caso Marielle. Bolsonaro então falou da transposição do São Francisco e da corrupção na obra. “Tudo tinha corrupção no seu governo, tudo. O senhor negou águas para os seus irmãos nordestinos”, atacou.

O segundo bloco, naturalmente mais contido, teve a separação entre os poderes e a economia como temas recorrentes em que os candidatos abordaram temas como privatizações. Depois outro tema foi combate a fake news, e este acabou sendo usada como desculpa para novos ataques trocados entre os candidatos, sob acusações mútuas de mentiroso. O tema da corrupção também retornou, apenas para nova troca de farpas.

No terceiro e último bloco acabou sendo o mais tenso do debate. Muito próximos, os candidatos retornaram ao tema da corrupção: Bolsonaro atacando os escândalos dos governos petistas e Lula atacando o orçamento secreto. “Se houve corrupção, prendeu-se ladrão, e acabou. E se prendeu é porque no meu governo houve investigação, não havia sigilo”, disse, alfinetando o presidente.

O tom esquentou um pouco girando ao redor do tema corrupção e da Petrobras. Os candidatos engrossaram o discurso, se aproximaram e chegaram a se tocar no momento de maior tensão. “Não me compare com seus amigos corruptos”, disse Bolsonaro.

Lula também aproveitou o bloco para trazer outras pautas da sua plataforma como o meio ambiente. Já Bolsonaro devolveu dizendo que Lula vai controlar as mídias para silenciar críticos. O presidente também mencionou o ditador Daniel Ortega da Nicarágua e o tentou ligar novamente ao ex-presidente. “Seus amigos são traficantes”, disse.

Em suas considerações finais, Bolsonaro focou na pauta moral e de costumes, que continuam sendo sua principal plataforma eleitoral. “Quero um país livre onde seja respeitada a liberdade de expressão. Possa ir pra escola em que não seja cooptado a aprender coisas que os pais não querem”, disse. O presidente voltou a falar sobre ideologia de gênero de que o PT vai legalizar as drogas.

Por sua vez, Lula reservou as considerações finais para dar uma carga final contra o presidente, chamando Bolsonaro de “Ditadorzinho”. O presidente pediu direito de resposta, mas o pedido foi recusado.


//