A professora que perguntou em uma live, ocorrida na última quinta-feira (24), para a secretária estadual de Educação, Fátima Gavioli, se os professores que possuem contrato não poderiam acompanhar os filhos em consultas médicas e foi respondida com a frase
"você não é obrigada a trabalhar, não", afirma que foi demitida nesta segunda-feira (28).
A Secretaria de Estado de Educação de Goiás (Seduc) comunicou que repudia qualquer alegação de perseguição aos servidores contratados temporariamente e que, conforme legislação estadual, o contrato tem validade de até cinco anos, ao final dos quais o servidor deve ser desligado.
Roberta da Silva Batista, de 28 anos, é professora de Geografia no Centro de Ensino em Período Integral (Cepi) Santa Barbara, em Padre Bernardo, no Entorno do Distrito Federal. Ele entrou na rede estadual como professora contratada em agosto de 2018 e afirma que teve o contrato aditivado posteriormente.
Em 2023, ela engravidou e tirou licença-maternidade.
Retornou às atividades em 2024. O filho dela, Eduardo, de apenas 11 meses, precisou de consulta médica em agosto. "Peguei o atestado e o entreguei na escola.
Quando recebi o contracheque, veio a falta. Na live, assim como qualquer outra pessoa, fiz a pergunta. Aí, ela se exaltou", conta. A live, que aconteceu na última quinta, com toda a rede de ensino estadual, serviu para tratar sobre a reestruturação do plano de carreira dos professores.
Segundo Roberta, ela estava trabalhando normalmente nesta segunda-feira quando foi chamada pela direção do Cepi e informada de que o contrato dela fora rescindido porque estava vencido.
A professora procurou a Coordenação Regional de Educação (CRE) de Águas Lindas de Goiás para obter mais esclarecimentos e a explicação recebida foi a mesma. "E estranho, porque conheço outros que trabalham com contrato vencido também", relata. A professora se preocupa com o futuro, já que o salário dela era a principal fonte de renda da família.
"Dependemos disso", enfatiza.