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MP realiza parceria para coibir violência contra a mulher em Anápolis: “A poeira estava debaixo do tapete e agora está sendo varrida”.


É cada vez mais crescente os casos de violência contra a mulher em todo o Brasil, notícias de feminicídio e violência doméstica são cada vez mais comuns. O Diário da Redação ouviu a promotora Carla Brant Sebba Roriz, da 13ª Promotoria de Justiça de Defesa da Mulher, com atuação junto ao juizado de Violência doméstica e familiar em Anápolis.

Com relação ao grande número de casos divulgados pela imprensa, a promotora acredita que se trata de um resultado do serviço da ampla divulgação dos casos, e que encoraja as mulheres a não se calarem. “A poeira estava debaixo do tapete e agora está sendo varrida, as mulheres estão sendo encorajadas a denunciar”, disse.

De acordo com a quarta pesquisa “Visível e Invisível – a Vitimização de Mulheres no Brasil” – do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e do Datafolha divulgada na quinta-feira (2). Nos últimos 12 meses, 28,9% (18,6 milhões) das mulheres relataram ter sido vítima de algum tipo de violência ou agressão, o maior percentual da série histórica; Isso significa que 35 mulheres foram agredidas física ou verbalmente por minuto no país.

A promotora destaca a importância de parcerias com ONGs e a delegacia da Mulher para o fortalecimento da rede de proteção àsmulheres agredidas em Anápolis. O projeto “Empoderar” é realizado em conjunto com os empresários do DAIA, e tem por objetivo incluir as mulheres vítimas de agressão para a empregabilidade. “Muitas mulheres por dependência financeira e emocional não conseguem se separar do agressor”, diz a promotora.

A parceria com a polícia militar é realizada por meio da Patrulha Maria da Penha, equipe da PM exclusiva para atendimento de ocorrências de violência doméstica.

Outro trabalho realizado é o grupo reflexivo para homens, onde os agressores são encaminhados para uma reunião com outros homens que também foram enquadrados na lei Maria da Penha. As palestras de cunho reflexivo são realizadas e coordenadas pelas Faculdades Anhanguera e Raízes.

Para identificar o perfil do agressor; onde mora? grau de escolaridade? onde trabalha? A promotoria e a delegacia da mulher em Anápolis, vai realizar um mapeamento por bairros, com o objetivo de saber onde são os bairros mais violentos.

Segundo Brant, no segundo semestre, um trabalho em parceria com empresas e sindicatos de trabalhadores, irá chamar homens agressores para um trabalho educativo de conscientização sobre violência doméstica.

Outra preocupação do MP, são as crianças que presenciam cenas de violência em casa, a criança de um lar desestruturado tem uma tendência a ser um futuro agressor. “A violência se reproduz, o menino que vê o pai bater na mãe, ele pode reproduzir isso (no futuro).”, pontua.


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