A esteticista Rosilene Modesto Costa, mãe do administrador de empresas Gabriel Felipe Costa Oliveira, de 25 anos, que está em Kiev, na Ucrânia, pede ajuda para tirá-lo de lá. Após um alerta de bombardeio nesta quinta-feira (24) na capital ucraniana, familiares do goiano estão desesperados para que ele deixe o país. Um vídeo feito por Gabriel mostra o momento em que sirenes de alerta foram tocadas (assista acima).

“Eu estou com o coração na mão, não estou conseguindo nem falar direito. Pedindo muita proteção para Deus, muita ajuda, muita oração. A família toda está apreensiva. Meu filho vai sair de lá. Não só ele, mas outros brasileiros que estão lá também”, disse a mãe.

Rússia ataca Ucrânia pela terra, pelo ar e pelo mar. É o maior ataque de um país europeu contra outro do mesmo continente desde a Segunda Guerra. No vídeo feito por Gabriel é possível ouvir o barulho da sirene.

"Começaram a tocar a sirene já. Duas sirenes é para proteção. Estou indo para casa rapidamente. Já é a terceira vez que estão tocando. Deve voar algum avião daqui a pouco aqui", disse o goiano, no vídeo.

Logo depois, em outro trecho do vídeo, é possível ouvir o barulho de uma aeronave sobrevoando o local. Gabriel relata que, como os metrôs na cidade estão fechados, há uma dificuldade para se locomover.

"O metrô está fechado, as pessoas estão levando suas malas, o pessoal está saindo da cidade de a pé. Tem muita gente levando bichos de estimação, gato e cachorro, mas o metrô está fechado, não estou conseguindo ir para o outro lado da cidade que eu preciso ir", disse na gravação.

Após a situação registrada por Gabriel, ele conseguiu pegar uma carona e está a caminho de outra cidade. No entanto, a mãe disse que ele está preso na fronteira. Ela contou que ele já presenciou situações de bombardeio e que isso a deixa desesperada.

“Ele falou: ‘Mãe, calma vai dar certo’. E ele acabou de receber notícia que agora à noite vai ter ataque onde eles estão. Eu estou clamando a Deus para que ele consiga sair o mais rápido possível”, disse.

De acordo com a mãe, Gabriel se mudou para Kiev há três anos, a trabalho. Antes de sair do Brasil, ele vivia em Goiânia, junto com a família. Ela diz que ele estava muito realizado profissionalmente e em um momento feliz. Apesar disso, ela disse que sempre pedia para que ele deixasse o local.

“Ele não acreditava que isso iria acontecer. Quando aconteceu, não deu tempo de fazer mais nada. Ele só pegou o documento, telefone e foi correndo a pé, porque não conseguia carro, metrô, nada”, disse.

Primo e advogado de Gabriel, Fabrício Modesto Perini contou que a família está desesperada e procurando alternativas para que ele saia de lá o mais rápido possível.

“Então entrei em contato com a Embaixada brasileira e ucraniana, mas a demanda é imensa. A recomendação que deram foi: ‘Se tiver veículo próprio, procure sair do país o mais rápido. Caso não tenha veículo próprio, ficar em casa ou nos pontos que as autoridades ucranianas anunciarem como seguras’”, disse o advogado.