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“Desse jeito, caminhoneiros vão ter que parar”, afirma diretor do Sinditac sobre aumento dos combustíveis


“Do jeito que está, não dá, os caminhoneiros vão ter que parar!”, afirma o motorista Jaci Alves, diretor Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos do Estado de Goiás (Sinditac-GO). Com 42 anos de experiência nas estradas, o caminhoneiro declarou que a classe deve organizar paralisações em breve, diante do recente aumento dos combustíveis anunciado pela Petrobras na última quinta-feira, 10.

“Hoje o caminhoneiro autônomo é o que mais sofre. Uma viagem de Goiânia para Belém (no Pará), por exemplo, fica em torno de R$ 6 mil reais, só de combustível”, desabafa. Ele também destaca que motoristas já começaram a organizar bloqueios e interdições de vias no estado ao norte do país. Segundo Jaci, já existem movimentações de caminhoneiros ocorrendo no município de Barcarena, região Metropolitana de Belém, e em trechos do Mato Grosso.

Apesar das paralisações iniciais, ainda não existe uma organização geral do movimento entre motoristas de Goiás, ou mesmo do país, segundo o diretor do Sinditac. Ele, no entanto, garante que nas próximas semanas o movimento deve ganhar forças.

Reinvindicações

De acordo com Jaci, a paralisação é a única forma de buscar novas negociações que permitam o trabalho da classe. Ele destaca que, ainda que o autônomo sofra os impactos com maior força, até mesmo as grandes empresas estão se aproximando da ideia de paralisação, pois o trabalho está ficando insustentável. “A gente cansou de acordos que trocam seis por meia dúzia e agora os danos já estão chegando também nos peixes grandes”, comenta em referência a empresas de transporte com mais volume de trabalho e veículos.

Para o diretor do Sinditac, está na hora de medidas que favoreçam mais os motoristas, mas também da aplicação e fiscalização disso nas estradas. “A ANTT todo mês sobe a tabela de frete, mas não fiscaliza nem aplica isso, então o mercado acaba funcionando por suas próprias regras”, lamenta.

O motorista ainda destaca que os custos elevados não se restringem ao de combustível, que, segundo ele, já registrava aumento nas bombas antes mesmo do esperado para esta sexta-feira. Além do reajuste de gasolina e diesel, Jaci destaca que está cada vez mais complicado manter custos de manutenção do veículo, citando “o tambor de freio que custava cerca de R$ 620, agora chega a R$ 950, R$ 1.000. E se a gente falar dos melhores pneus do mercado, chega a custar mais de R$ 3.700”, explica.


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