O responsável pelos ataques a duas escolas em Aracruz, no norte do Espírito Santo, foi colocado em liberdade após cumprir o período máximo de internação previsto pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. O criminoso, que tinha 16 anos na época do crime, permaneceu três anos em regime socioeducativo e agora seguirá em liberdade assistida por no mínimo seis meses. A informação foi confirmada pelo Ministério Público do Espírito Santo.

A promotoria explicou que a legislação estabelece limites objetivos para a responsabilização de adolescentes que cometem atos infracionais, incluindo o teto de três anos de privação de liberdade. Segundo o órgão, o Estado aplicou todas as medidas cabíveis, com acompanhamento psiquiátrico e ações voltadas para proteção, responsabilização e ressocialização.

Em nota, o MP afirmou que acompanha o caso com atenção e sensibilidade, reconheceu a dor das famílias das vítimas e reiterou que sua atuação é guiada pelo dever constitucional de aplicar a lei de forma equilibrada. O órgão declarou que seu compromisso é com a dignidade humana e com a construção de respostas capazes de prevenir novas violências, sempre dentro dos limites estabelecidos pelo ordenamento jurídico.

O Tribunal de Justiça do Espírito Santo foi procurado pela reportagem, mas ainda não respondeu.

O ataque ocorreu em 25 de novembro de 2022. Armado com um revólver calibre 38 e uma pistola.40 pertencentes ao pai, um policial militar, o jovem invadiu a Escola Estadual Primo Bitti e, em seguida, o Centro Educacional Praia de Coqueiral. Ele usava roupa camuflada, máscara de caveira, bracelete com símbolo nazista e o carro do pai para deslocamento entre os alvos.

Quatro pessoas foram mortas: as professoras Cybelle Passos
Bezerra Lara, 45 anos, Maria da Penha Pereira de Melo Banhos, 48 anos, Flávia Amboss Merçon Leonardo, 36 anos, e a estudante Selena Sagrillo Zucoloto, de 12 anos. Outras doze pessoas ficaram feridas.