Voltou a júri nesta segunda-feira (25) o caso de Jehan Paiva, estudante de odontologia morto em uma festa universitária em Anápolis em 2013. O julgamento aconteceu apenas 11 anos após o ocorrido. O réu, Paulo Victor Sousa Gomes, foi condenado a 12 anos de prisão.
A sessão teve início no Fórum de Anápolis ainda durante a manhã e se estendeu durante todo o dia. Familiares e amigos do jovem esperaram por horas pela sentença que veio apenas no final da tarde: a condenação a 12 anos de reclusão em regime fechado. O réu passa a cumprir a pena imediatamente.
José de Paiva, pai da vítima, expressou o receio de que o julgamento não acontecesse, após tanta espera, mas destacou a sensação de alívio. “Pelo menos há uma sensação de alívio. Esperamos tanto tempo, e a família estava se sentindo injustiçada. Por isso essa luta nossa, corremos atrás e hoje aconteceu o julgamento”, afirmou.
O Ministério Público entendeu o resultado pela condenação como justo, baseando-se nas provas apresentadas, e descartou a possibilidade, antes defendida pelo réu, de que o golpe teria sido legítima defesa.
Eliseu Belo, da 16ª Promotoria de Justiça de Anápolis, comenta a avaliação: “A vítima foi golpeada pelo réu covardemente, num golpe preciso e certeiro no coração. E o réu deu causa a toda confusão naquele dia”. Ele ainda relembra que o golpe foi logo após a separação da briga inicial – entre o réu e um jovem que teria supostamente furado a fila do chopp – e que Jehan não teve a chance de se defender. “Nem o braço de Jehan estava na sua posição normal, pois, se estivesse, não teria atingido o coração”, destaca.
Apesar de avaliar o resultado como justo, o MP se mostrou insatisfeito com a quantidade de pena aplicada pela magistrada. “O Ministério Público acabou de recorrer, na própria sessão de julgamento, visando aumentar a pena do acusado”, afirmou o Promotor Eliseu Belo.
Ao falar sobre a quantidade de anos da condenação, José de Paiva diz entregar a sentença na mão da justiça. “Da minha parte, da minha família e dos meus amigos, o que a gente pôde fazer foi isso: correr atrás e clamar por justiça até que chegasse aqui hoje e esse júri acontecesse”, concluiu.
A defesa de Paulo Victor informou que vai recorrer da sentença. Por ter descumprido medidas do processo o réu foi encaminhado ao presidio de Anápolis.
Fonte: Diário da Redação