O preço da gasolina subiu pela segunda semana seguida e atingiu novo recorde em Goiás, segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A média do litro no Estado alcançou R$7,59 na pesquisa de 17 a 23 de abril, o maior valor da série histórica, que teve início em 2004. Esse impulso traz reflexos para a inflação na capital goiana. Cenário semelhante ao que tem sido vivenciado em todo o País.
Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás (Sindiposto), Márcio Andrade, a motivação para esta alta está no reflexo do aumento no custo do etanol anidro, que é misturado à gasolina, e tem seguido a pressão do hidratado. “Segue a tendência de aumento em maiores proporções e isso tem causado os reajustes nas bombas”, justifica.
Maior consumo de etanol, menor oferta na entressafra e atraso no início da safra ainda mantêm a pressão que chega aos consumidores. “Vai depender se a demanda continua alta”, analisa. Mesmo com pressão nos preços, o mercado de revenda registra uma retomada mais consistente. Márcio pontua que ainda há preferência pelo etanol.
Goiás possui a quinta gasolina mais cara do País, enquanto o etanol é o quinto mais barato com preço médio de R$5,39, conforme a última pesquisa da ANP. Porém, o biocombustível perdeu a competitividade, pois o valor do litro supera 70% do cobrado pelo derivado de petróleo. “Essa mudança ainda não parece ter sido observada pelo consumidor.”
Inflação
O novo impulso já impacta a inflação em Goiânia. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) registrou variação de 1,98% em abril, a maior alta dos últimos 16 anos, conforme divulgou nesta quarta-feira (27) o IBGE. Os combustíveis têm peso relevante nessa elevação. Subiram 7,34% e acumulam alta de 28,95% em 12 meses. Houve reajuste no óleo diesel (14,34%), etanol (7,24%) e na gasolina (7,04%).