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Polícia descobre esquema de adulteração em máquinas de bichinhos de pelúcia que explica porque pegar ursinhos em máquinas de shopping pode ser praticamente impossível


Se você já tentou, sem sucesso, capturar um ursinho de pelúcia em uma dessas máquinas de shopping, sabe bem como a tarefa pode ser frustrante. As garras parecem não ter força suficiente, o brinquedo escorrega, e tudo que resta é a sensação de que o jogo está, de alguma forma, contra você.
Mas e se essa sensação não for apenas impressão? Uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrada nesta quarta-feira (28) revelou um esquema complexo por trás dessas máquinas, que pode explicar porque tantos jogadores saem de mãos vazias.

A Polícia Civil está investigando quadrilhas que exploram as populares máquinas de bichinhos de pelúcia. Desta vez, a Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) descobriu um esquema de adulteração que torna ainda mais difícil para os jogadores conseguirem os brindes.
O chamado “golpe da garra fraca” foi desvendado, revelando um mecanismo oculto que interfere na liberação dos brinquedos, frustrando milhares de consumidores.

Como funcionava a fraude
De acordo com as investigações, o grupo responsável pelo esquema instalava em cada máquina um contador de jogadas que, de forma sutil, manipulava a força da garra.

Somente após um certo número de tentativas frustradas, a máquina liberava a força necessária para capturar um brinquedo, criando uma falsa sensação de que o sucesso depende exclusivamente da habilidade do jogador. Na prática, a maioria das pessoas estava destinada a perder dinheiro.

Em uma operação detalhada, agentes cumpriram 19 mandados de busca e apreensão, incluindo um galpão na Zona Norte do Rio de Janeiro, onde a empresa Black Entertainment operava. No local, foram encontradas dezenas de máquinas adulteradas e centenas de pelúcias falsificadas, que, conforme a perícia, faziam parte de um esquema maior de fraude.

Pelúcias falsificadas e mais revelações
A investigação, que começou após denúncias de uso de bonecos falsificados de personagens registrados, levou à descoberta de um processo fraudulento em várias máquinas espalhadas por shoppings do Grande Rio.

As empresas Black Entertainment e London Adventure estavam no centro do esquema, utilizando brinquedos pirateados e máquinas adulteradas para enganar consumidores.

Segundo o delegado Pedro Brasil, todas as máquinas encontradas no galpão da Black Entertainment estavam manipuladas com o contador de jogadas.
Além disso, investigações apontaram que um dos suspeitos já havia sido investigado por envolvimento com jogos de azar, levantando suspeitas sobre a participação do Jogo do Bicho no esquema.

Consequências e desdobramentos
Na operação realizada, além das máquinas e pelúcias, foram apreendidos dispositivos eletrônicos e documentos que poderão ajudar a Polícia Civil a desmantelar o esquema por completo.

Os envolvidos podem responder por crimes contra a economia popular, contra o consumidor, contra a propriedade imaterial e associação criminosa, além de práticas relacionadas a jogos de azar.

As investigações continuam para identificar outros membros do grupo criminoso e possíveis conexões com atividades ilegais como a lavagem de dinheiro. A polícia também busca entender a extensão da fraude e sua ramificação em outras regiões do país.


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