Desfecho da campanha ‘Janeiro Branco’ lança luz a políticas públicas adotadas em Anápolis, como protocolo de saúde mental
O primeiro mês do ano, dedicado ao cuidado com a saúde mental na campanha Janeiro Branco, encerra no dia 31, mas o fortalecimento da Rede de Atenção Psicossocial de Anápolis é um trabalho contínuo que, nos últimos anos, resultou, de forma progressiva, na queda de internações psiquiátricas com o atendimento humanizado. O gerente de Saúde Mental, Marco Aurélio da Silva Lima, estima que, em média, a redução supere a casa dos 30%. “O atendimento acontece em toda a rede, começando pela Atenção Básica”, explica.
A assessora técnica Anna Carolina Rodrigues desdobra o raciocínio de Marco, detalhando um fluxo estabelecido em um protocolo dos serviços de saúde mental da rede, em vigor desde o ano passado e referência em relação a outros municípios. “Para cada nível de transtorno há um tipo de atendimento. Os leves são tratados na Atenção Básica, se for algo moderado, será atendido no Ambulatório de Saúde Mental, e caso o médico veja que é um transtorno grave ou persistente, o paciente precisa de uma atenção mais específica, oferecida nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS)”, diz, acrescentando a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e o Samu nos casos de urgência e emergência.
“Poucos municípios têm um protocolo como esse”, observa o secretário Júlio César Spíndola, lembrando que o documento foi aprovado recentemente pelo Conselho Municipal de Saúde. A medida, que tira o foco do tratamento a partir da internação, em uma lógica de isolamento do indivíduo, propõe cuidado multiprofissional em vez de exclusivamente hospitalar, incluindo ações de prevenção. “Normalmente a gente consegue fazer todo o cuidado de saúde mental, do começo ao fim, dentro das nossas unidades”, complementa Anna Carolina.
Em mais de cem páginas, o documento que baliza as práticas de saúde mental na Rede de Atenção Psicossocial cita o “aumento dos recursos financeiros investidos na contratação de profissionais, na melhoria da estrutura física, ocasionando a ampliação e qualificação dos serviços de saúde mental nos três Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e no Ambulatório de Saúde Mental” como justificativa para o bom desempenho do serviço prestado à população.
“Esse documento é um norteador das atividades. Foram feitos os regimentos internos de cada unidade de saúde mental e um protocolo exclusivo para crianças e adolescentes, em parceria com o Juizado da Infância e Juventude”, conclui Marco.
*Unidades de Saúde Mental*
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