O Hospital Estadual de Urgências Dr. Henrique Santillo (Heana) faz parte do grupo de hospitais preparados para realizar o atendimento específico na rede estadual para diagnóstico e tratamento da Varíola dos Macacos.
Com o aumento de notificações de casos da doença, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-GO) ampliou o número de lugares no estado para realizar o atendimento. Além do HEANA, seis hospitais estaduais distribuídos em todo estado foram preparados para atuar em casos suspeitos: HDT, HECAD, HEMAP, SANTA HELENA, JATAI, HEANA, URUAÇU.
Segundo dados da SES-GO, até o momento 103 casos foram notificados. 32 foram confirmados, todos eles em homens, 17 descartados e 54 ainda estão em investigação.
A superintendente de Vigilância Sanitária no estado, Flúvia Amorim, procurou tranquilizar a população e disse que o Estado está preparado para as contingências. “Não é o momento para pânico, até porque ele só atrapalha. É momento de diagnosticarmos as pessoas contaminadas o quanto antes para conter o avanço da transmissão”, destacou Flúvia.
A Vigilância Sanitária informou que o número de notificações deve aumentar nos próximos dias, devido à mudança no protocolo de casos suspeitos. A partir de agora qualquer pessoa que apresente os sintomas como febre, dor de cabeça e lesões será notificada.
Capacitação e medidas de contenção
Uma série de medidas para conter o avanço da doença, estão sendo realizadas pela Secretaria de Saúde, como o monitoramento e vigilância dos casos e a inclusão da Monkeypox nas discussões permanentes do Comitê de Operações de Emergências em Saúde Pública (COE), órgão da Pasta.
O Governo Estadual já realizou também três grandes capacitações dirigidas a profissionais de saúde da rede pública e privada, para repassar os protocolos relativos ao manejo clínico, diagnóstico e conduta terapêutica, além das medidas de prevenção e controle da doença.
A doença
A varíola dos macacos é transmitida pelo vírus monkeypox, que pertence ao gênero orthopoxvirus. É considerada uma zoonose viral (o vírus é transmitido aos seres humanos a partir de animais) com sintomas muito semelhantes aos observados em pacientes com varíola, embora seja clinicamente menos grave. O período de incubação da varíola dos macacos é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
O nome monkeypox se origina da descoberta inicial do vírus em macacos em um laboratório dinamarquês em 1958. O primeiro caso humano foi identificado em uma criança na República Democrática do Congo em 1970. Atualmente, segundo a OMS esclareceu, a maioria dos animais suscetíveis a este tipo de varíola são roedores, como ratos e cão-da-pradaria.
A transmissão ocorre por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama. E, segundo o órgão de saúde, a transmissão de humano para humano está ocorrendo entre pessoas com contato físico próximo com casos sintomáticos.
O contato próximo com pessoas infectadas ou materiais contaminados deve ser evitado. Luvas e outras roupas e equipamentos de proteção individual devem ser usados ao cuidar dos doentes, seja em uma unidade de saúde ou em casa.
Sintomas
A OMS descreve quadros diferentes de sintomas para casos suspeitos, prováveis e confirmados. Passa a ser considerado um caso suspeito qualquer pessoa, de qualquer idade, que apresente pústulas (bolhas) na pele de forma aguda e inexplicável e esteja em um país onde a varíola dos macacos não é endêmica. Se este quadro for acompanhado por dor de cabeça, início de febre acima de 38,5°C, linfonodos inchados, dores musculares e no corpo, dor nas costas e fraqueza profunda, é necessário fazer exame para confirmar ou descartar a doença.
Casos considerados “prováveis” incluem sintomas semelhantes aos dos casos suspeitos, como contato físico pele a pele ou com lesões na pele, contato sexual ou com materiais contaminados 21 dias antes do início dos sintomas. Soma-se a isso, histórico de viagens para um país endêmico ou ter tido contato próximo com possíveis infectados no mesmo período e/ou ter resultado positivo para um teste sorológico de orthopoxvirus na ausência de vacinação contra varíola ou outra exposição conhecida ao vírus.
Casos confirmados ocorrem quando há confirmação laboratorial para o vírus da varíola dos macacos por meio do exame PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) em tempo real e/ou sequenciamento.
O surto de varíola dos macacos, que já foi confirmado em 16 países e várias regiões do mundo, ainda pode ser controlado e a OMS garantiu, na terça-feira (24/5/22), que o risco de transmissão é baixo.
Vacinas
A vacinação contra a varíola tradicional é eficaz também para a varíola dos macacos, mas a OMS explicou que pessoas com 50 anos ou menos podem estar mais suscetíveis já que as campanhas de vacinação contra a varíola foram interrompidas pelo mundo quando a doença foi erradicada em 1980.