Açougues de Goiânia têm cobrado mais caro em carnes fatiadas do que em pedaços inteiros da mesma peça. Em um estabelecimento na capital, a diferença de preço pode chegar a R$ 3 a mais para carne cortada. O coordenador da Escola Estadual de Defesa do Consumidor, Antônio Carlos Ribeiro, explicou que o Código de Defesa Consumidor determina que o consumidor seja orientado, bem-informado, sobre o produto ou serviço que está pagando.
Segundo o coordenador, a cobrança de valores diferentes para peças fatiadas e para peças inteiras é uma prática nova nos açougues. Ele explica que é preciso que fique claro para o cliente que ele vai pagar algo a mais pelo corte específico da carne. “Esse valor também não pode ser algo absurdo, algo que exorbite, que extrapole a média prevista no mercado de consumo”, esclarece.
Para Antônio Carlos, é necessário que essa diferença seja divulgada de forma clara e precisa, especialmente por se tratar de uma prática nova de precificação. “Tem que estar bem demonstrado, de forma bem visível e, ao mesmo tempo, ser informado para o consumidor que aquela cobrança adicional é em razão daquele corte especial que o cliente requer para ele ter o poder de escolha, sem prejuízo”, afirma.
Diante da novidade da prática, o coordenador afirma que o Procon-GO está buscando meios de verificar até onde existe uma legalidade ou mesmo uma ilegalidade em relação a essa cobrança. “Embora o consumidor tenha um poder de escolha, o comércio também tem a sua liberdade na prestação de serviço e, ao mesmo tempo, a sua competitividade mercadológica, mas o consumidor tem que ser bem-informado o tempo todo, para que não seja levado ao engano”, esclarece.
Se houver alguma infração que prejudique o consumidor, o estabelecimento pode receber penalidades como advertência até aplicação de multa. Em caso do consumidor ser lesado, ele pode entrar em contato com o Procon-GO pelo 151, na Região Metropolitana de Goiânia, ou pelo (62) 3201-7124.