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Trânsito de Anápolis tem registro de quase uma multa por habitante.


Anápolis registrou 302.978 multas de trânsito em 2022. Dados da Companhia Municipal de Trânsito, Transportes e Serviços Urbanos (CMTT) mostram que, apenas em 2023, o número já ultrapassa a marca de 60 mil. A proporção é de quase uma notificação por habitante, uma vez que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município tem 393.417 moradores.

A infração campeã de notificações é o excesso de velocidade, que corresponde a 55,37% de todas as punições emitidas pela CMTT. Em seguida, o avanço de sinal vermelho (12,09%), condutor sem uso de cinto de segurança (4,4%) e uso de celular no volante (3,67%).

De acordo com o diretor de fiscalização de trânsito da companhia, Max Souza, não existe uma região da cidade que se destaca mais nas estatísticas, porém, segundo ele, o “cinturão central”, Grande Jaiara e as principais vias da cidade.

“As avenidas Brasil Sul e Norte, Universitária, JK, Presidente Kennedy, Pedro Ludovico, são onde ocorrem os maiores números de infrações”, afirmou.

Além das infrações comuns, os crimes de trânsito são uma grande preocupação para os anapolinos. Nos últimos anos, diversas tragédias marcaram a cidade.

Dados da Delegacia de Crimes de Trânsito (DICT) mostram que, em 2022, 475 prisões por embriaguez ao volante foram efetuadas. Em 2023, 74 registros já constam no sistema.

Fiscalização 

Além da sinalização, uma das principais medidas utilizadas para evitar acidentes pelas autoridades de trânsito é a fiscalização eletrônica.

De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), quando implantada em vias com alto índice de acidentes, a redução pode ser de até 75%.

Recentemente, a Companhia Municipal de Trânsito instalou sete novos radares eletrônicos em diversas regiões de Anápolis, entre elas a Avenida Brasil Norte e a Pedro Ludovico.

“Quanto maior a fiscalização, mais a sinalização e a legislação se tornam respeitadas. É um tripé: você sinaliza, regulamenta e educa”, explicou o diretor da CMTT, Igor Lino Siqueira.

O primeiro passo educativo, segundo ele, seria a divulgação de informações básicas para garantir o cumprimento das leis. “Se um dos três faltar, não funciona”, disse.

Reincidência 

Quando se fala em infrações no trânsito, é comum o termo “reincidência”. De acordo com Igor Lino, grande parte das pessoas que reclamam das multas, sequer tem lembrança de ter cometido a infração.

“Ah, mas eu tomei três multas na Brasil. Tem que ter alguma coisa errada”, relembra o diretor de um caso.

“Você nota que a pessoa não percebeu. É aquela pessoa com a cabeça muito cheia, uma vida agitada, com perfil de ter os seus prazos sempre muito curtos. Aí, quando você mostra o vídeo da infração, a pessoa diz que não viu”, completou.

Igor citou ainda mais dois exemplos envolvendo carros estacionados em calçadas. Segundo ele, em ambos os casos o motorista justificou ter feito a ação para não atrapalhar o trânsito, o que demonstra um desconhecimento acerca da legislação.

“A pessoa estava com o veículo parado, metade na calçada, metade na rua. A gente passou e falou que não podia parar ali. O cara responde que colocou assim para não atrapalhar outro veículo, para dar mais espaço para um caminhão”, conta

“Tem também o cara que para em rua proibida. A gente sinaliza com a placa, a pessoa vai e para totalmente na calçada. O fiscal autua e a pessoa fala: ‘não, mas olha que eu não estou para na rua. É proibido parar na rua, mas eu parei que em cima da calçada’”, continua.

Outra situação comum envolve o pisca alerta, quando o motorista para em local proibido imaginando que essa sinalização irá livrá-lo de uma advertência.

“Ela realmente acha que não está cometendo a infração, é um desconhecimento da legislação. Tem pessoas que cometem infração de trânsito achando que estão corretas naquela atitude”, concluiu o diretor.


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