A maior parte dos municípios goianos deve seguir a definição da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) a respeito da desobrigação do uso de máscaras em ambientes abertos. Até então, apenas Anápolis, desde fevereiro, e Minaçu, na sexta-feira (4), já não obrigam mais os cidadãos a manter o protetor facial em locais ao ar livre.
Nesta quarta-feira (9), o Centro de Operações de Emergências (COE) em Saúde Pública de Goiás vai começar a debater o assunto e mostrar índices da pandemia de Covid-19 que corroboram com o fim da obrigação.
Uma nota técnica sobre o assunto vai ser divulgada após a reunião do COE. A expectativa, no entanto, é que a decisão possa se prolongar até a próxima semana, no encontro da Comissão Intergestores Bipartites (CIB), e que também marcará o período de 15 dias após o carnaval. A intenção dos técnicos de saúde é verificar se o feriado alterou os índices de contaminação de Covid-19, número de óbitos e de internações. Caso os dados se mantenham como nas últimas semanas, a decisão vai ser por tornar facultativo o uso das máscaras em ambiente aberto.
No entanto, não está descartada que a reunião do COE já defina uma data para o fim da obrigação, o que deve ser no dia 16. Caso os índices da pandemia se alterem nesse período, a decisão seria modificada. Em Goiânia, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) mantém o posicionamento da semana passada de que o assunto não está sendo debatido internamente enquanto não houver os dados de duas semanas após o carnaval. Esse período se dá por ser o tempo de incubação do vírus e que os sintomas possam aparecer na maioria dos infectados.
Já em Aparecida de Goiânia, o fim da obrigação do uso das máscaras será discutido na próxima terça-feira (15), quando o comitê municipal se reúne. A secretaria do município informa que serão analisados os dados de internações, número de casos novos e a taxa de infecção (R) para que seja tomada a decisão. Águas Lindas, Jataí, Trindade, Formosa e Goianésia anunciaram que vão esperar a definição da SES-GO e acatar o que for decidido pelo órgão estadual. Já Luziânia, além de esperar a decisão do Estado e seus embasamentos, “ainda aguarda as análises do impacto do carnaval diante de possíveis novos casos”.
Situação semelhante ocorrerá em Senador Canedo, que “observará a decisão do Estado, mas sem deixar de levar em consideração o quadro epidemiológico local”. A secretaria de Saúde do município informa que o uso de máscaras continua obrigatório, mas que “na próxima semana, será realizada uma nova testagem ampliada no município. O objetivo da ação é detectar casos assintomáticos da Covid-19, e desta forma, embasar as decisões futuras quanto ao tema”. Por outro lado, em Rio Verde a decisão sobre o assunto se dará nos próximos 14 dias, independente do Estado.
País
Dos 27 estados brasileiros, 11 ainda mantém a obrigatoriedade ao uso das máscaras em quaisquer ambientes. Destes, quatro, incluindo Goiás, já começaram a estudar o tema e os demais se posicionam oficialmente contrários ao relaxamento da medida protetiva. Nos demais estados, a maior parte decidiu pela liberação apenas em ambientes abertos, como está sendo discutido pela SES-GO. O primeiro a findar com a obrigação foi o Maranhão, ainda em novembro do ano passado, o que foi seguido pelo Rio Grande do Sul.
Nesta terça-feira (8), foi a vez de São Paulo anunciar a decisão pelo fim da regra em ambientes ao ar livre, mas ainda não está definido se esta medida também poderá ser adotada pelas escolas. Em ambientes fechados, o uso das máscaras continua obrigatório. A situação ainda divide especialistas. No dia 7 de março, a capital do Rio de Janeiro iniciou o fim do uso das máscaras em todos os locais, sendo a primeira capital a acabar com a medida totalmente.
A decisão foi considerada precipitada pelo Observatório da Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Um dos argumentos é pelo fluxo de pessoas de outras cidades no Rio de Janeiro, em que estas poderiam estar em um momento diferente da pandemia, como em relação à cobertura vacinal. Em outros países, como Itália, França e Reino Unido, a medida já chegou a ser retirada e retornada algumas vezes, devido a oscilação da infecção. No momento, a definição, na maior parte, é por liberar em ambientes abertos. (Manoella Bittencourt é estagiária do GJC em convênio com a PUC Goiás)