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Justiça revoga prisão de ginecologista suspeito de abuso sexual em Anápolis


Médico foi detido há 5 dias após a denúncia de três pacientes, em consultório em Anápolis. Segundo a PC, após a prisão, mais de 50 mulheres o denunciaram por algum tipo de abuso.


O ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais, de 41 anos, suspeito de abusar sexualmente de várias pacientes, foi solto nesta segunda-feira (4) após uma decisão da Justiça, segundo informou o advogado dele ao g1. O médico havia sido preso há cinco dias em um dos consultórios em que fazia atendimentos em Anápolis, a 55 km de Goiânia.

Veja o que se sabe sobre a investigação
"Ele já está em casa. Foi solto no final da tarde. O juiz entendeu que ele não preenche os requisitos do artigo 312 do Código de Processo Penal, que ele não vai atrapalhar as investigações, que ele tem residência fixa, que ele é réu primário", disse o advogado Carlos Eduardo Gonçalves Martins.
A Diretoria de Administração Penitenciária (DGAP) informou que recebeu, às 18h55, o pedido de soltura. Ainda conforme o advogado, fora da prisão, Nicodemos terá que cumprir medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, e não poderá exercer a profissão. "Uma das medidas cautelares foi que ele não frequentasse mais os consultórios aonde ele estava [atuando] e o uso de tornozeleira", disse.


O ginecologista, que é investigado por importunação sexual, violação sexual mediante fraude e estupro de vulnerável, foi preso no dia 29 de setembro, em seu consultório, após a denúncia de três pacientes. Após a prisão, várias mulheres entraram em contato com a delegacia para denunciá-lo. Segundo a Polícia Civil, mais de 50 mulheres denunciaram o médico por algum tipo de abuso.

A defesa do médico disse que o cliente não cometeu nenhum dos crimes investigados e que, por isso, pediu a revogação da prisão preventiva na Justiça.

A delegada Isabella Joy afirmou ainda que há relatos de mulheres abusadas, inclusive, quando adolescentes. Segundo ela, os crimes aconteciam durante consultas e por aplicativos de mensagens. Há registros de mulheres que o médico tentou agarrar e beijar.

“Temos diversos relatos de vítimas que ele tentou agarrar, beijar, fez que tocassem nos órgãos genitais dele, vítimas que ele abusou durante o parto, que sofreram depressão pós-parto por causa dele”, descreveu Isabella.

Segundo a polícia, o médico já foi condenado por crime sexual no Distrito Federal, em 2019. Mas, como era réu primário, ele não foi preso. Ainda de acordo com a corporação, o médico também foi denunciado no Paraná, mas o caso foi arquivado em 2018.

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) informou, por meio de nota, que "vai apurar o caso e a conduta do médico no exercício profissional".


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