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Bebê de 10 meses morre em UPA de Anápolis enquanto aguardava vaga em UTI.


Um bebê de 10 meses morreu em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Anápolis, a 55 quilômetros de Goiânia, enquanto aguardava por uma vaga de UTI. Kaun Guilherme ficou internado por cinco dias após ter febre, no dia 16 deste mês, e ser diagnosticado com pneumonia.

A família informou que um leito de UTI pediátrica foi liberado no Hospital Estadual de Urgências da Região Noroeste de Goiânia Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), em Goiânia, no quinto dia de internação. Contudo, o estado de saúde da criança se agravou e ele teve uma piora quando seria realizada a transferência.

A mãe de Kauan, Lívia Maia Alves, disse que os médicos indicaram que ele precisaria ser encaminhado para uma UTI assim que foi feito o diagnóstico. A solicitação foi feita no dia seguinte, mas, de acordo com a Central de Regulação, faltaram documentos e exames para que a transferência fosse autorizada. Segundo Lívia, o quadro do filho não era tão grave no dia em que ele foi internado: “Se tivesse liberado vaga para o meu filho no dia que ele internou, ele estaria aqui comigo hoje”, declarou.

Lívia disse ainda que o filho era saudável e dificilmente ficava gripado: “Ele só teve a infelicidade de pegar essa pneumonia”, lamentou. Para a mãe a morte de Kauan foi consequência de negligência por parte da saúde do município, pois, segundo ela, os exames que faltavam para que a vaga fosse liberada foram realizados ainda no dia da internação.  

O que diz a Secretaria Municipal de Saúde

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Anápolis informou que a criança foi inserida na Central de Regulação Estadual, que liberou vaga na manhã do dia 21 para o Hugol, em Goiânia. “Devido à gravidade do caso e instabilidade, a criança não apresentava condições para o transporte e deslocamento, ressaltando que o paciente deve ser estabilizado para qualquer movimentação devido ao risco de descompensação que pode levar a óbito”, diz o comunicado. A unidade acrescentou ainda que foi realizado todo o suporte de tratamento e cuidados intensivos, “mas infelizmente a criança não resistiu”.

O que diz a Secretaria Estadual de Saúde

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO), por sua vez, afirmou que a solicitação de leito de UTI pediátrica foi realizada ao Complexo Regulador Estadual (CRE) no dia 17 de abril, informando suspeita de pneumonia bacteriana. “A equipe médica do CRE realizou busca ativa da vaga 24 horas por dia e, ao mesmo tempo, no dia 17/04 solicitou a inserção do teste Covid-19 na ficha de solicitação de leito, para aprimorar a busca de vaga para o paciente, sendo o teste negativo de Covid-19 inserido na ficha em 20/04. Além deste exame, também não foram inseridos exames de imagem mencionados na ficha, fundamentais para melhor avaliação e priorização da equipe médica do CRE. No dia 21/04 foi inserido o raio-X às 10h. A partir deste momento, conforme classificação de risco do CRE, foi liberada vaga para o Hugol no dia 21/04 às 11h38, com ciência da unidade solicitante às 13h59”.

Ainda no comunicado, a SES-GO informou que realiza busca ampliada de leitos na rede estadual conforme as solicitações e, sempre é necessário a apresentação de exames para a classificação de risco e prioridade de cada caso. “Vale ressaltar que o município solicitante também dispõe de leitos de UTI pediátrica”, finalizou a nota.


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