A mãe de uma adolescente de 14 anos denunciou que a filha foi estuprada pelo pai da psicóloga que tratou um transtorno mental da filha, em Anápolis. A Delegacia de Polícia Civil de Silvânia, responsável pelo caso, informou que o homem de 57 anos, que trabalha como motorista, foi preso.
O homem foi preso na última quinta-feira (20) e vai responder pelo crime de estupro.
A mãe da menina explicou que a filha apresentava sintomas de transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) quando iniciou o tratamento com a psicóloga, em Leopoldo de Bulhões. As sessões foram encerradas porque a paciente e a terapeuta desenvolveram uma amizade.
"Ela [psicóloga] começou a pedir para minha filha ir à casa dela. Ela ia sempre, levava minha filha na sexta-feira e só a entregava na segunda-feira. Minha filha acabou ficando amiga e ficava de babá da filha dela, que tem um ano de idade", contou a mãe da menina.
A mãe da adolescente afirmou que os abusos ocorreram duas vezes, entre abril e maio. Na última vez, a filha decidiu contar a situação para a mãe. Após as duas relatarem a situação para a psicóloga, a profissional passou a pressionar a família para que não denunciasse à polícia, alegando que isso “acabaria com a sua carreira" e até ofereceu dinheiro para que a adolescente saísse da cidade.
Segundo a mãe da adolescente, um dos abusos foi cometido na frente da filha de um ano da psicóloga, que estava acordada e chorando.
A mãe da menina disse ainda que estava em São Paulo acompanhando o tratamento do filho de oito anos que está com câncer. Nessas ocasiões, a adolescente costumava ficar aos cuidados de uma vizinha, mas que, como a psicóloga ligava para pedir autorização para ficar com a filha dela, ela permitia e confiava na profissional.
Segundo a mãe, a última visita da filha à casa psicóloga aconteceu como ocorria com frequência: a profissional ligou e perguntou se ela poderia ir até a casa dela cuidar da filha de um ano, que estava resfriada. A mãe permitiu que a adolescente fosse até a casa da mulher, localizada em Leopoldo de Bulhões, onde a família mora.
No entanto, a psicóloga levou a filha e a adolescente para ficarem sozinhas com o pai dela, em Anápolis. “Em abril, ele pediu a minha filha para calar a boca, falou pra ela não contar pra ninguém. Eu vi que minha filha não queria mais ir pra casa da psicóloga. Achei estranho”, contou a mãe.
Outras vítimas
A Delegacia de Silvânia informou que outras duas vítimas compareceram à delegacia para denunciar o homem por crimes sexuais que ocorreram há mais de dez anos. Segundo a polícia, o modo como o suspeito agiu foi similiar entre uma vítima e outra.
A delegacia informou ainda que o relato sobre a atuação da psicóloga em relação ao crime consta no inquérito. No entanto, a profissional ainda não é investigada por nenhum crime, pois não houve uma representação contra ela.