Um farmacêutico de 47 anos sofreu graves complicações devido ao uso de cigarros eletrônicos, também chamados de vapes. Arnaldo Machado chegou a passar um mês e meio na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com graxa nos pulmões e enfrentou três paradas cardíacas. De acordo com ele, a sensação que tinha era de “quase morte”.
Eu tive um colapso, meu pulmão parou e aí eu passei a jornada mais cruel da minha vida, por conta de um aparelho que hoje eu vejo milhares de pessoas fazendo o uso. Esse aparelho mata, esse aparelho tira vida, não deveria nem estar sendo discutida a possibilidade de ele ser legalizado – alertou ele, em entrevista ao portal G1.
Arnaldo relatou que, antes de começar a usar o vape, buscava ter uma vida saudável e sequer havia provado cigarro comum. Ele começou a usar vape ao ganhar um em formato de pen drive, e ficou surpreso como a sua saúde se deteriorou tão rapidamente.
– Fumar cigarro eletrônico custou sete meses da minha vida. Hoje, digo que o cigarro eletrônico é uma máquina de matar e vai, além disso, colocar nosso sistema de saúde sob pressão se continuar – advertiu.
Ele contou que o sabor de menta do cigarro o fazia parecer “suave” e “até parecia inofensivo”. Por isso, começou a usá-lo socialmente e depois evoluiu para uma frequência de duas tragadas ao dia. Após nove meses de consumo, sua vida mudou por completo.
Os sinais da doença começaram com uma dor no peito ao tentar fumar e surgimento de febre. Ao buscar um médico, o paciente descobriu que seu pulmão estava gravemente comprometido.
– Quando vi a imagem do meu pulmão na radiografia, eu não acreditei. Estava completamente comprometido. Dois dias depois, já não conseguia respirar. Parecia que eu estava morrendo – desabafou.
O paciente teve de ser intubado e passar por uma traqueostomia, enquanto os médicos buscavam identificar o problema. Após exames, ele foi diagnosticado com evali, ou seja, uma lesão pulmonar causada pelo vape.
– O problema é que o cigarro eletrônico ele forma um vapor, aquele vapor ele forma um óleo, esse óleo atinge os alvéolos pulmonares, forma uma espécie de uma graxa e impede a troca gasosa de oxigênio com CO2 e teu pulmão entra num colapso. E foi exatamente o que aconteceu comigo – explicou Arnaldo.