O trabalhador rural Manuel Nunes da Mata, de 61 anos, passou mal e teve de ser transportado em uma rede por causa de um atoleiro em uma rua da zona rural de Montividiu do Norte, na região norte de Goiás. Um vídeo mostra quando o idoso é levado por dois homens até o carro de um vizinho, que prestou ajuda

Em nota à TV Anhanguera, a Secretária de Saúde informou que as ambulâncias atendem a zona rural. Sobre o atoleiro, a prefeitura disse que está priorizando a manutenção nas estradas que passam ônibus escolares, mas que vai arrumara as outras vias também.

O caso aconteceu na última segunda-feira (7). A esposa do idoso, Luzia da Penha Rodrigues, contou que ele tem um grave problema de fungos no fígado e que, no dia, começou a vomitar, perder a fala, a memória e tremer bastante. Ela contou que teve medo de perder o esposo por causa da falta de acessibilidade.

“Ele não estava bem. Meu medo era só de perder meu esposo. A gente só pensa o pior porque não tem como sair daqui. A ambulância também não vem aqui”, contou a mulher.
Ele denunciou que, além do problema na estrada, as ambulâncias do município não atendem pacientes da zona rural da cidade. Por isso, no desespero, ela chamou algumas amigas e saíram em busca de ajuda com vizinhos que tinham carro.

“Não adianta nem ligar para a ambulância. Eles nunca vêm aqui. Dizem que não atendem a região porque não tem estrada”, contou.

Após ser socorrido pelo vizinho, o idoso foi levado para uma Unidade de Pronto Atendimento de Porangatu, a 190 km da cidade em que moram. Segundo a esposa, as unidades de saúde do município não atendem casos graves.

A gente já veio direto para Porangatu porque sabemos que lá [Montividiu do Norte] eles não iam atender e mandariam a gente vir”, disse a esposa.

O g1 entrou em contato com a prefeitura solicitando um posicionamento em relação ao atendimento nas unidades de saúde do município, por meio de e-mail enviado às 17h30, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Manuel Nunes seguia internado até a tarde desta quarta-feira (9) na enfermaria da UPA tomando antibióticos e em estado grave, segundo a esposa.

“Os médicos contaram que o estado dele é grave. Que ele está com uma infecção que espalhou pelo corpo e com um nódulo de 6 milímetros no fígado”, disse a esposa.
A reportagem tentou contato por telefone às 18h com a UPA de Porangatu para solicitar o estado de saúde do trabalhador rural, mas nossas ligações não foram atendidas.