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Mulher denuncia queimaduras, pele necrosada e internação após cirurgia plástica.


A vendedora Kelly Cristina Gomes da Costa, de 29 anos, denunciou à Polícia Civil que teve de ser internada depois de a pele ficar necrosada após uma cirurgia plástica, em Goiânia. A jovem disse que, após o procedimento para levantar os seios, eliminar gordura e aumentar o bumbum, passou a ter queimaduras na pele. Ela contou ainda que a cirurgiã plástica foi “negligente” com a situação.

“Confiei totalmente nela [médica], fazendo tudo que ela falava e ela escondendo de mim, com negligência da minha infecção. Eu quero justiça para que ninguém passe pelo que estou passando”, disse Kelly.

Em nota à TV Anhanguera a defesa da cirurgiã Lorena Rosique informou que ainda não foi comunicada informalmente pela Polícia Civil. Sobre as queimaduras de Kelly, a defesa disse que, em razão do sigilo médico, não pode comentar casos específicos de paciêntes.

A cirurgia foi feita no dia 19 de janeiro, em uma clínica que fica no Setor Marista e custou R$ 20 mil. A jovem contou que precisou tomar duas bolsas de sangue e que receberia alta no dia seguinte. No entanto, antes de deixar o hospital, as próprias enfermeiras teriam a alertado sobre as queimaduras nas costas e na barriga. Kelly disse que, mesmo após questionar a médica, foi liberada para ir para casa.

O procedimento era um sonho da jovem, que chegou a gravar um vídeo comemorando quando conseguiu juntar todo o dinheiro para a cirurgia (veja acima). No entanto, o sonho acabou virando um pesadelo com vários dias de muitas dores.

“Eu mandava áudio para ela chorando: ‘Dra. está queimando, estou com muita dor’. Ela aumentava os remédios, mas não adiantava. Eu estava com muita dor”, disse a jovem.


A vendedora contou que nunca perdeu o contato com a médica e que ela a atendeu sempre e que chegou a acompanhá-la em um pronto socorro às pressas, quando sentiu falta de ar. No entanto, a jovem conta que a cirurgiã teria ignorado a gravidade do caso e teria, inclusive, impedido que ela fosse internada.

“Eu estava meio zonza no dia, mas depois eu parei para pensar que ela estava tipo querendo fugir com a gente de lá. Era uma segunda-feira todo mundo ia ver. Ia ver o machucado e saber o que ela fez”, contou a jovem.

Internação
No último sábado ( 4), após sentir muita dor, a vendedora foi ao Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), onde já ficou internada e passou por um procedimento cirúrgico de urgência. Kelly contou que os médicos ficaram assustados com a gravidade dos ferimentos dela.

“Imediatamente, o médico já me levou para o centro cirúrgico para fazer o debridamento. Ele disse que a infecção estava muito feia, muito grave. Já estava passando da hora de fazer. Os médicos aqui todos encabularam, eles pensaram que eu estava fazendo a cirurgia clandestina. Eles disseram que não tinha cabimento uma médica ver e falar que não era necrose”, relatou a jovem.

A vendedora seguia internada no Hugol, na tarde desta terça-feira (8), e deve passar por outros procedimentos, como uma cirurgia de enxerto, no local da pele necrosada. Segundo a unidade, não há previsão de alta.

Investigação
Foi a mãe da vendedora quem registrou um boletim de ocorrências denunciando a médica na Polícia Civil. O delegado Willian Brets, responsável pelas investigações, disse que a médica já é investigada em outros dois casos de lesões corporais por cirurgias que ela fez em pacientes.

“São casos semelhantes, oriundos de interversões cirúrgicas estéticas que houve consequências muito parecidas, em relação à queimaduras”, disse o delegado.

O delegado informou ainda que já ouviu uma testemunha e que a médica tem registro para atuar na área, mas ela ainda não foi interrogada. “A nossa investigação vai se debruçar em que circunstâncias se deram essas lesões”.


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