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Diretor detalha plano frustrado que daria fuga a 80 presos da CPP; túnel tinha 40 metros.


Um mega plano de fuga de detentos da Casa de Prisão Provisória (CPP), em Aparecida de Goiânia, foi frustrado na última sexta-feira (26) após os agentes penitenciários descobrirem a entrada de um túnel dentro de uma cela. Ao POPULAR, o diretor-geral de Administração Penitenciária, Josimar Pires, conta que o túnel tinha cerca de 40 metros de comprimento e passava embaixo de quatro celas. O trajeto subterrâneo possibilitaria a fuga de mais de 80 presos da unidade.

Diretor detalha plano frustrado que daria fuga a 80 presos da CPP; túnel tinha 40 metros.

A descoberta se deu graças ao monitoramento diário da rede de esgoto da unidade prisional. Conforme Pires, os servidores estranharam a quantidade excessiva de terra presente no sistema de esgotamento – o que poderia indicar o descarte na preparação de um túnel de fuga.

Os servidores, então, vistoriaram cela por cela e, em uma delas, encontraram um buraco de 40cm por 45cm de diâmetro que havia sido feito embaixo de uma cama.

Diretor detalha plano frustrado que daria fuga a 80 presos da CPP; túnel tinha 40 metros.

“Foi um trabalho de levantamento para entender onde era esse buraco feito dentro da cela. Mesmo com a retirada dos presos, tivemos dificuldade em encontrar”, revelou o diretor-geral, que destacou que a unidade realiza duas vistorias por dia nas celas, mas que o buraco havia sido feito em local bem escondido e era acobertado pelos presos.

O buraco, ainda segundo Pires, dava acesso a um túnel de cerca de um metro de profundidade e 40 metros de comprimento. O caminho subterrâneo passava embaixo de quatro celas. “Eles usavam ferramentas improvisadas feitas de pratos e cabos de vassoura e roubo”, descreveu o diretor, que informou que o presos teriam levado cerca de oito dias para cavar o túnel.

Uma vez cada cela tem mais de 20 presos (a capacidade máxima é de 18), se concluído, o plano levaria à fuga de cerca de 80 detentos.

Após a descoberta, o local foi isolado, e os 26 presos que estavam nela foram remanejados para as demais celas. “Além disso, foi reforçada a segurança da unidade”, informou a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), que confirmou que os detentos envolvidos passam a responder também por dano patrimonial.

Investimento na estrutura

Josimar Pires foi empossado como titular da DGAP em fevereiro deste ano, quando assumiu o desafio de lidar com a administração penitenciária e as crises a ela ligadas.

Questionado sobre as mortes e fugas de detentos dentro do Complexo Prisional (somente em julho, quatro detentos – três na CPP e uma na Casa do Albergado – foram encontrados mortos. Além disso, dois fugiram da CPP, com um deles sendo recapturado logo depois), Pires informou que o sistema está passando por melhorias e aperfeiçoamentos que incluem remanejamentos de presos e investimentos para reformas.

De acordo com ele, cerca de 120 detentos de outras unidades que cumprem pena na CPP serão transferidas para unidades do interior, e outros 210 serão levados para uma ala da Penitenciária Odenir Guimarães (POG) destinada aos já condenados.

Além disso, o titular da DGAP confirmou o investimento de cerca de R$ 2 milhões para reformas e aperfeiçoamento do Complexo Prisional, “melhorias que devem se estender até o ano que vem”, segundo ele.


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