O aluno Marcus Andrade, de 42 anos, que denunciou ter sido advertido pela bermuda usada em uma academia de Anápolis, a 55 km de Goiânia, foi abordado por um funcionário após a reclamação de outro frequentador do local. O administrador se sentiu constrangido com a abordagem. Ele pretende realizar uma denúncia formal contra o estabelecimento.
“Ele [o funcionário] relatou que um dos alunos havia reportado a ele que estava incomodado com o meu vestuário, porque a minha bermuda, meu short, era muito pequeno, e a esposa dele que também treinava ali tinha se sentido constrangida”, detalhou.
Ele havia finalizado o treino e aguardava uma carona do marido quando foi conduzido até uma sala de vidro para ser alertado sobre o tamanho de sua roupa. De acordo com Marcus, disseram que a bermuda não era apropriada “porque ia contra o código de vestimenta da academia, e que eles prezavam pela moral e pelos bons costumes, que aquilo era um ambiente familiar”, relatou.
Em nota divulgada no Instagram na quinta-feira (3), a academia afirmou ser “um ambiente acolhedor, respeitoso e seguro para todos”. A empresa pontuou ainda que a roupa do aluno era apropriada para corridas ao ar livre, mas “inadequada” para determinados movimentos de musculação.
“Foi gentilmente sugerido o uso de uma bermuda de compressão por baixo, como forma de garantir maior conforto e segurança para todos os envolvidos”, disse a nota. Após a repercussão do caso, a academia limitou os comentários da publicação com o pronunciamento.
O administrador treinava no estabelecimento há quase dois anos e compartilhou o seu relato na web. “Eu postei nas redes sociais, porque eu me senti extremamente constrangido. Me senti como uma pessoa que não tinha o direito de estar ali”, contou o aluno.
Após o ocorrido, Marcus cancelou o seu plano e o da mãe na academia. A mensalidade no estabelecimento custa cerca de R$ 1.500 e ele havia pago um ano de treino, aproximadamente R$ 15 mil. O administrador contou que a academia reembolsou o valor e pediu desculpas.
Segundo o aluno, quando foi abordado, o funcionário afirmou que ele estava fazendo exercícios provocativos. “Meu treino foi de costas e eu fiz dois exercícios de abdominal. Um sentado em uma cadeira e o outro foi uma prancha”, disse.