O adolescente de 15 anos que é suspeito de, junto com o cunhado, matar o padrasto que teria esfaqueado a mãe dele, usou a própria arma de fogo do homem para matá-lo, segundo a Polícia Civil. O delegado Adelson Candeo explicou que os dois se apresentaram à delegacia, confessaram o crime e foram liberados por estarem colaborando com a investigação.
A morte de Pablo Yuri Alves Santana, de 31 anos, aconteceu no domingo (18), no Bairro Vila Promissão, em Rio Verde, no sudoeste goiano. Segundo a polícia, Pablo Yuri teria esfaqueado a companheira no mesmo dia, no Setor Vila Mariana, na mesma cidade.
“O adolescente alega que viu o Pablo Yuri com uma faca na mão e a mãe com um corte no braço. E tinha sangue. Foi então que ele voltou para casa, conversou com o marido da irmã e decidiram ir lá”, disse o delegado.
Após o crime, o menor e o cunhado dele, de 24 anos, se apresentaram à polícia na segunda-feira (19). Advogada deles, Yasmin Japiassu disse que os dois se apresentaram espontaneamente “a fim de colaborar e contribuir com a investigação”. Ela disse ainda que qualquer conclusão nesse momento será “meramente especulativa e temerária”
Esfaqueamento e morte
Segundo o registro da Polícia Militar, no dia do crime, Pablo Yuri teria pulado o muro da casa da mulher e a atingido com um golpe de faca. Ao saber da situação, os suspeitos foram até a casa em que ele morava e realizaram vários disparos de arma de fogo.
A polícia ainda descreve que o homem tentou correr e caiu em uma calçada próximo a sua casa, local onde morreu.
De acordo com o tenente coronel Leandro Ferreira Carvalho, foi utilizado uma arma calibre 38 para os disparos contra Pablo Yuri. Na casa dos suspeitos foi encontrada uma munição da arma, que foi apreendida pelos agentes.
Arma seria da própria vítima
De acordo com o delegado, durante depoimento, os suspeitos afirmaram que a arma pertencia a Pablo Yuri. O investigador contou que foram encontradas capsulas de munições compatíveis com a arma do crime dentro do bolso da vítima.
“As capsulas são do mesmo calibre e compatíveis com as que foram utilizadas contra ele. Tudo leva a crer que a arma pertencia a ele. Eles disseram que, no dia do homicídio, o Pablo Yuri estava muito bêbado, com a arma. Eles foram lá para conversar, acabaram entrando em luta corporal, tomaram a arma dele”, contou.
Ainda de acordo com Candeo, durante a luta corporal, Pablo Yuri conseguiu empurrar o menor e fechar a porta. No entanto, o garoto teria começado a atirar contra a porta e um desses disparos teria atingido o padrasto.
“Ele disparou seis vezes e saiu correndo. Entrou no carro e os dois fugiram. Essa é a declaração do menor”, disse o delegado.
Segundo o investigador, Pablo Yuri não tinha registro da arma nem porte de arma de fogo.
Íntegra da nota da defesa dos dois suspeitos
“A defesa esclarece que no dia de hoje os supostos autores se apresentaram espontaneamente perante a autoridade policial a fim de colaborar e contribuir com a investigação criminal para que os fatos possam ser esclarecidos.
Ademais, é importante frisar que qualquer conclusão nesse momento será meramente especulativa e temerária. Outrossim, a defesa técnica esclarece que somente irá manifestar no momento oportuno, ou seja, após o recebimento da denúncia formulada pelo Ministério Público.
Por fim, vale ressaltar que os supostos envolvidos estão a disposição da justiça, colaborando no que for necessário para restabelecer o sentimento de paz e de segurança na sociedade”.