Os preços da construção civil em Goiás subiram 1,57% no mês de abril, segundo o Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), divulgado nesta quarta-feira (11) pelo IBGE. Um reflexo especialmente de altas que o setor vivencia nos materiais. Assim, o custo goiano, por metro quadrado, subiu para R$1.544,87, o que representa aumento de R$23,93 em relação ao registrado em março pelo levantamento, que é produzido em conjunto com a Caixa Econômica.

Desse valor, R$951,97 são relativos aos materiais de construção, que registraram encarecimento de 2,6% em relação ao mês anterior. Já a mão de obra permaneceu estável e representou R$592,90. Porém, a média nacional do metro quadrado está acima do registrado em Goiás, atingiu R$1.567,76. No País, os preços subiram 1,21% e alcançaram a maior alta desde agosto de 2021.

Enquanto para os goianos a variação de 1,57% foi a maior desde setembro do ano passado (3,13%). O índice já acumula 4,03% no ano e 16,25% nos últimos 12 meses. Presidente do Sindicato da Indústria da Construção no Estado de Goiás (Sinduscon-GO), Cezar Mortari acredita que a pressão nos custos pode afetar o crescimento do setor localmente. “A venda no mercado imobiliário hoje gera o emprego do ano que vem. Então, qualquer arrefecimento das vendas por conta dos aumentos pode afetar o setor”, pontua.

Ele cita que ainda há cenário positivo no Estado para as vendas, mas o setor teme novos reajustes nos preços, o que têm ocorrido com maior força desde o mês passado. “O setor fica temeroso, porque não vê motivação macroeconômica para os aumentos. A nossa preocupação é que isso não pare, como se estivéssemos em um ambiente de hiperinflação”, destaca.

Por outro lado, uma decisão anunciada nesta quarta-feira (11) pelo governo federal pode trazer, como ele avalia, um alívio. Isso porque será cortada a alíquota de importação de onze produtos, entre eles vergalhões de aço. “Isso foi fruto de pressão do setor da construção para tentar frear, reduzir a pressão nos custos.”