A Polícia Civil investiga o vídeo de um sapo em cima do alto falante de um carro de som sendo banhado com bebida. A publicação foi feita por um perfil de divulgação de sons automotivos de Goiânia. As imagens mostram o animal sendo banhado por uma bebida e jogado para cima conforme a música toca.
“É um ato de abuso. Todos os animais em solo brasileiro são protegidos pela lei, o sapo é um ser vivo que sente dor, sofre, e o ser humano continua perverso praticando ato de crueldade. Nós estaremos apurando”, falou Luziano Carvalho, delegado estadual de proteção ao Meio Ambiente (Dema).
O vídeo ultrapassou 11 mil visualizações e o perfil da rede social foi desativado. A gerente de proteção de fauna da Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma), Isabela Saddi, mesmo que o sapo seja de mentira, esse tipo de publicação é apologia a maus tratos contra animais.
“Qual é a diversão que a pessoa tem vendo uma cena daquela? Fazendo uma apologia a uma cena dessa, não é? Induzindo outras pessoas a fazer e achando divertido”, falou Isabela.
Segundo Luziano, a atitude pode ser considerada tortura animal. Se confirmada a autoria do vídeo, a pena para o crime ambiental é de multa e prisão entre seis meses a um ano.
Tortura
Isabela, que também é médica veterinária, explicou que os sapos têm um tipo de respiração pela pele, o que aumenta a intensidade da dor que o animal pode sentir neste tipo de situação.
“Quando o pessoal fala ‘jogar sal no sapo’, o que é crime, é como se tivesse jogando sal dentro do nariz do sapo. A pele é altamente vascularizada, o álcool intoxica o animal, mata ele, e o grave do som pode vir até a ruptura dos órgãos, ele morre de uma forma horrorosa”, explicou Isabela.
O crime ambiental que pode ser sido cometido é reforçado ainda pela importância dos sapos para a fauna, conforme a médica veterinária.
"O pessoal costuma ter muito dó de gato e cachorro, mas os sapos são essenciais no controle de alguns animais. Eles se alimentam de insetos e até aranhas”, afirmou Saddi.