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Onça-pintada que foi domesticada após perder a mãe em queimadas no Pantanal é transferida para instituto em Goiás.


Uma onça-pintada que foi domesticada por funcionários de uma fazenda foi transferida para o Instituto Nex, em Corumbá de Goiás, na região central do estado. A “Marruá”, como foi nomeada, foi resgatada por um fazendeiro após perder a mãe nas queimadas no Pantanal, em 2020.

A onça chegou na fazenda em Cáceres, no Mato Grosso, ainda bebê, mas começou a representar risco depois de cerca de dois anos e a polícia ambiental foi chamada. De acordo com o médico veterinário Thiago Luczinskin, Marruá está no Nex desde o dia 4 de fevereiro e se adapta ao novo lar.

Onça-pintada "Marruá" foi transferida para o Instituto Nex, em Corumbá de Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

“Ela está ativa, se alimenta bem, mas não dá para cortar de uma vez o contato humano. Ela está desmamando. Ainda tem o contato com pessoas, não é legal, mas como ela tinha muito contato, fica chamando e tentando interagir”, explicou o veterinário.

O profissional relatou ainda que, por conta de ter sido domesticada por muito tempo, a onça não poderá retornar à natureza. Thiago considerou prejudicial a “humanização” que o animal sofreu, por ser um bicho selvagem.

“Ela perdeu o medo do ser humano. Se a gente soltá-la, pode ser que ela se aproxime de alguma fazenda, não para atacar alguém, mas porque ela sabe que o humano vai dar comida, vai cuidar, e isso pode gerar receio de algum fazendeiro, que pode acabar atacando ou abatendo”, falou Thiago.

Onça-pintada "Marruá" foi transferida para o Instituto Nex, em Corumbá de Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Longe da fazenda em que foi criada, o recinto definitivo que está sendo construído para receber a onça tem 240 metros quadrados. Marruá será “vizinha” de outras 25 onças de quatro biomas.

A coordenadora de projetos do Instituto Nex, Daniela Gianni, explicou que será feito um trabalho para readaptação para o animal “lembrar” que é uma onça, por conta da humanização do animal.

“A gente vai fazer um trabalho de recondicionamento para que os instintos dela retornem. Então, vamos ensiná-la a caçar, a subir em árvore, a nadar, tudo que ela não fazia”, falou Daniela.

A captura
A onça foi resgatada no dia 3 de fevereiro deste ano, na cidade mato-grossense, depois do pedido do dono da fazenda em que ela vivia. Thiago Luczinskin contou que Marruá vivia solta e, quando chamada, bem tranquila se esfregou na perna das pessoas que estavam no local.

“A gente nunca pode anestesiar um animal solto porque ele pode correr, pular num rio, alguma coisa assim, ou até se afogar. A gente a prendeu na casa de um dos funcionários e eu anestesiei a onça na sala da residência”, pontuou o veterinário.

O médico veterinário lembrou que a onça estava bem ambientada e, visualmente não tinha sinais de maus-tratos.


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