A idosa Rosa Maria de Oliveira, de 60 anos, morreu na manhã desta quinta-feira (23), dez dias depois de sofrer um acidente dentro de um ônibus da empresa Urban, transporte urbano de Anápolis, a 60 km de Goiânia. De acordo com o filho da idosa, Webert de Oliveira, ela esperou por nove dias uma cirurgia de urgência no Hospital São Silvestre, em Aparecida de Goiânia, mas acabou morrendo por conta da não realização do procedimento.
O POPULAR tentou contato na tarde desta sexta-feira (24) com o Hospital São Silvestre mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. A empresa Urban, responsável pelo ônibus em que o acidente aconteceu, também foi procurada pela reportagem nesta tarde e não respondeu aos questionamentos feitos até a última atualização deste texto. O espaço segue em aberto.
Acidente
Webert de Oliveira contou ao POPULAR que a mãe estava indo para o trabalho quando sofreu o acidente. Ela havia sido contratada a cerca de um mês para trabalhar na cozinha do Hospital Estadual de Urgências de Anápolis (HEANA).
“Ela saiu de casa por volta das 6h da manhã e foi para o ponto de ônibus, aqui no setor Recanto do Sol. Chovia muito e, quando o ônibus parou, ela embarcou na condução. Mas, antes de ela passar pela catraca, o ônibus seguiu rapidamente e passou por um quebra-mola, sem parar. Com isso, minha mãe caiu e acabou fraturando uma vértebra”, detalhou.
De acordo com Webert, após receber atendimento médico, a idosa foi levada para o HEANA, mas, como o Hospital afirmou não ter condições de realizar a cirurgia que ela precisava, Rosa Maria foi transferida, na tarde do mesmo dia, para o Hospital São Silvestre, em Aparecida de Goiânia.
“Ela sentia muita dor, e nos falaram que ela ia chegar lá [no São Silvestre] e ia ser operada. Mas ela ficou oito dias em uma maca, não podia nem sentar e nem ir ao banheiro. Todos os dias a colocavam de jejum, das 6 da manhã às 2 da tarde para que a cirurgia fosse feita. Mas isso não aconteceu. Ela teve uma embolia pulmonar e morreu”, afirmou.
O filho da idosa afirmou que ela chegou a dar entrada no Centro Cirúrgico, mas quando já era tarde demais. “Minha mãe entrou na sala de cirurgia por desencargo de consciência, porque ela já estava com o pulmão tomado”, disse.
Ainda de acordo com ele, a empresa de ônibus prestou suporte à família com medicação. “Minha vontade era de que eles fossem também ao Hospital e vissem a situação dela. Eles poderiam tê-la transferido para um hospital particular. Eu não tive condição”, relatou.