O empresário Maurício Sampaio deixou a Casa de Prisão Provisória (CPP), em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, na noite desta sexta-feira (11). A decisão de soltura foi determinada pelo desembargador Ivo Favaro dois dias após Sampaio ser condenado a 16 anos de prisão por envolvimento na morte do radialista Valério Luiz, em 2012.
Os advogados de defesa, Thales Jayme e do Ricardo Naves, explicaram em nota que o pedido de Habeas Corpus se estende também para os outros dois condenados, o empresário Urbano Malta e o sargento reformado da Polícia Militar (PM), Ademá Figueiredo. Ambos continuam presos na CPP, aguardando o desembargador analisar o processo deles.
“Quanto ao futuro do processo, iremos recorrer e vejo com boas possibilidades a realização de um novo júri frente a várias nulidades”, alegaram em nota. Entretanto, uma tentativa de soltura havia sido feita na quarta-feira (10), mas foi indeferida pelo desembargador Itamar de Lima. Na ocasião, o advogado Valério Luiz, filho da vítima, destacou que o Habeas Corpus não anula a condenação.
Desta vez, o desembargador Ivo Favaro determinou a soltura devido o réu não apresentar riscos à ordem pública. “Não é possível extrair da decisão conduta do paciente que indique possibilidade de violação da ordem pública, da ordem econômica, ou que implique em perigo para a aplicação da lei penal, até mesmo por ter o paciente respondido o processo em liberdade e comparecido à sessão de julgamento”, afirmou.
Crime
Valério Luiz de Oliveira, na época com 49 anos, foi morto quando saía da emissora de rádio em que trabalhava, no dia 5 de julho de 2012, no Setor Serrinha, em Goiânia. A motivação do crime seriam as críticas feitas pelo radialista contra a direção do Atlético Futebol Clube, da qual Sampaio fazia parte. De acordo com as investigações, no dia 17 de junho de 2012, ao falar a respeito de possível desligamento de Maurício Sampaio da diretoria do time, Valério teria dito que “nos filmes, quando o barco está afundando, os ratos são os primeiros a pular fora”.
O caso foi investigado pela Polícia Civil e quatro pessoas, além de Sampaio, foram indiciadas por homicídio e denunciadas pelo Ministério Público de Goiás: o sargento reformado da PM Ademá Figueredo, apontado como o autor dos disparos; o empresário Urbano Malta, acusado de contratar o policial militar; o sargento da PM Djalma Gomes da Silva, que teria ajudado a planejar o crime e Marcus Vinícius Pereira Xavier, que também teria ajudado a planejar o homicídio. Este último reside atualmente em Portugal.