A obra do prédio onde, inicialmente, deveria ficar a Câmara Municipal de Anápolis foi retomada e deverá ser concluída em janeiro de 2024. Ela teve início em maio 2014 e foi paralisada em abril de 2016. A previsão é de que sejam gastos R$ 25 milhões no edifício. O local será o novo centro administrativo da cidade.
A entrega faz parte do Anápolis Investe, plano de investimentos da prefeitura do município que ultrapassa R$ 1 bilhão. A construção foi paralisada em abril de 2016 por conta de erros na estrutura e no planejamento. Eles fizeram com que o subsolo do local fosse inundado e que vigas de concreto ficassem muito baixas.
Inicialmente, a obra foi licitada por R$ 17 milhões para a empresa Albenge Engenharia na gestão de Antônio Gomide (PT) e começou a ser construída no início da administração de João Gomes (PT). Em abril de 2016, depois de já ter construído 42,6% do previsto e recebido R$ 7 milhões, a empresa informou para o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea-GO) que havia incompatibilidade entre os projetos da obra e ela foi paralisada. A obra foi retomada há 60 dias.
“Já foram feitas todas as correções e a terraplanagem. Já montamos o canteiro de obras. Se tudo der certo vamos contratar um artista pra fazer um painel em cerâmica. Além de resolver um problema, teremos um cartão postal na cidade. Também iremos economizar com o aluguel que pagamos para as secretarias de Educação e Saúde”, diz Roberto Naves (PP), prefeito de Anápolis.
Além do novo centro administrativo, o plano de investimentos prevê uma série de ações voltadas para a infraestrutura e mobilidade urbana. A promessa é de que uma ponte estaiada, no valor de R$ 185 milhões, seja construída para ligar os bairros Polocentro e Morumbi, criando um acesso da Avenida Brasil Sul para a Avenida Pedro Ludovico, reduzindo em quatro quilômetros o percurso para o motorista que precisa fazer este trajeto.
Um viaduto, que custará R$ 40 milhões, também deverá ser construído no bairro Recanto do Sol e a cidade deverá ganhar três anéis viários. O primeiro terá oito quilômetros de extensão e ligará a GO-222 e a BR-060/153. O segundo ligará a GO-330, no Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia), e a BR-060. Ele terá cinco quilômetros de extensão e facilitará o escoamento de cargas na região. O terceiro anel viário ligará a GO-330, na região da Fabril, e a BR-153.
Devem ser gastos R$ 50 milhões com reforma e manutenção dos prédios públicos, incluindo as Unidades Básicas de Saúde (UBSs). A iniciativa inclui a construção de 14 arenas poliesportivas, no valor de R$ 22 milhões, 18 praças e parques, no valor de R$ 35 milhões, e quatro feirões cobertos, no valor de R$ 15 milhões. Algumas obras já estão em andamento como, por exemplo, a do Jardim Botânico, no bairro Jundiaí, onde será gasto R$ 1,5 milhão.
Ainda deve ser construído o Mercado Municipal da Jaiara, que contará com 81 bancas comerciais, estacionamento, espaço de convivência e praça de alimentação, no valor de R$ 5 milhões, o Politec, um polo industrial com perfil tecnológico, e o Centro Cultural João Luiz de Oliveira, que custará R$ 3 milhões. Este último será localizado na Avenida Fayad Hanna, no bairro Cidade Jardim, e vai abrigar as escolas de artes, música, dança e teatro.
A administração também promete investir R$ 410 milhões em malha asfáltica, com o recapeamento de 250 quilômetros das principais vias da cidade. Três bairros deverão receber asfalto pela primeira vez e oito bairros deverão receber pavimentação nas vias que não tem. A iniciativa conta ainda com dois projetos: o Conecta Anápolis, na ordem de R$ 25 milhões, que vai proporcionar Wi-Fi gratuito nas áreas públicas da cidade e o Anápolis + Segura, no mesmo valor, que deve instalar 200 câmeras de segurança que serão ligadas a uma grande sala de comando para auxiliar as forças policiais.
Educação
No âmbito educacional, a administração pretende gastar R$ 47 milhões com a construção de nove escolas. Cinco Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) também deverão ser feitos e R$ 43 milhões reservados para reformar e ampliar as unidades escolares já existentes. A prefeitura também diz que irá investir R$ 2 milhões em uma Clínica Escola do Autista, que irá fazer diagnósticos e atendimento multidisciplinar.
Saúde
Na área da saúde, deverá ser criado o Centro de Internação do Leblon, com 75 leitos clínicos adultos e pediátricos, que irão fazer o atendimento de pacientes leves e moderados. A unidade de saúde que fica na Vila União irá virar o Hospital da Mulher e contará com maternidade, centro cirúrgico e banco de leite humano. Em cada um dos empreendimentos, o investimento é de R$ 20 milhões. A cidade também deverá ganhar uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Veterinária, que custará R$ 5 milhões.
Investimento deve ser aplicado em 20 anos
O lançamento do Anápolis Investe foi realizado na noite desta quinta-feira (1º), na prefeitura da cidade, e contou com a presença do governador Ronaldo Caiado (União Brasil). Os investimentos devem ser feitos ao longo de 20 anos e a prefeitura pretende conseguir os fundos necessários por meio de empréstimos com bancos.
A iniciativa se assemelha ao programa Goiânia Adiante, que prevê R$ 1,5 bilhão de investimentos em obras na capital. Ele foi apresentado pelo prefeito Rogério Cruz (Republicanos) em outubro deste ano. Nele, estão previstos a retomada do asfaltamento e recapeamento de ruas, além da construção de pontes, viadutos, escolas e unidades de saúde, entre outros.
O prefeito de Anápolis, Roberto Naves (PP), conta que antes das obras e iniciativas serem estruturadas, foi feito um estudo para definir quais eram as principais necessidades da cidade. “Nós levamos em consideração a geografia da cidade e onde temos maior adensamento de pessoas e maior número de crianças. Estamos equilibrando essa balança para que possamos ter escola, posto de saúde e todas as unidades públicas o mais perto possível da casa das pessoas.”
Naves descarta que a iniciativa tenha motivações políticas. “É pensando em executar aquilo que a cidade espera de mim. É pensando em entregar para a cidade o que nos comprometendo. Claro que não deixa de fortalecer a pessoa do prefeito, o Roberto Naves, mas o foco não é esse. Isso é o que a gente colhe depois que tudo da certo”, finaliza.