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Golpe milionário é denunciado por mais de 50 em Anápolis.


Mais de 50 pessoas já procuraram a Polícia Civil afirmando que foram vítimas de um golpe financeiro promovido por Henrique Saccomori Ramos, de 29 anos. O empresário, que morava em Anápolis, dizia aos investidores que fazia apostas esportivas em uma plataforma internacional com retorno financeiro semanal de 1% a 3% do valor aplicado. A polícia estima que cerca de 2 mil pessoas foram ludibriadas no esquema na cidade. Foram movimentados cerca de R$ 50 milhões.

Henrique e a esposa, Fernanda Amatte Oliveira, de 30 anos, foram presos preventivamente em São Paulo, antes de embarcarem em um voo para Portugal, no último sábado (2). A Operação Sala de Embarque, da Polícia Civil do Estado de Goiás (PC-GO) foi realizada em colaboração com a Polícia Federal. Fernanda segue detida em Goiânia e Henrique em Anápolis. Eles são investigados por estelionato, lavagem de capitais e pichardismo, que é um crime contra a economia popular.

Reportagem do POPULAR publicada nesta segunda-feira (4) mostrou que o nome de Henrique consta em pelo plenos 13 processos protocolados na Justiça estadual a partir de 30 de março, todos de pessoas reclamando restituição ou garantia de devolução de valores investidos na empresa dele, a H5 Investimentos Esportivos.

O esquema já funcionava havia cerca de dois anos e oito meses. Entretanto, na última terça-feira (29), os investidores, que recebiam planilhas semanais com a atualização dos falsos lucros, tiveram uma surpresa: uma perda de 99,88% do dinheiro. Eles tentaram entrar em contato com Henrique e com outros responsáveis pela H5 Investimentos Esportivos, mas não obtiveram resultado.

Então, algumas pessoas começaram a procurar a polícia e um inquérito foi instaurado. “Na sexta-feira, 16 denúncias tinham sido feitas e algumas pessoas chegaram com a informação de que ele estaria indo para fora do País. Fizemos as diligências, expedimos os mandados de prisão e fomos para São Paulo”, diz o delegado Jorge Bezerra, responsável pelo caso que está sendo investigado pelo Grupo de Repressão a Crimes Patrimoniais (Gepatri).

Henrique foi preso com uma carteira de criptomoedas. Entretanto, a polícia ainda não periciou o aparelho. Ele afirmou que tentou fugir porque teria recebido ameaças de morte. “Isso é verdade. Entretanto, identificamos que, ao mesmo tempo, ele tentou blindar e esconder o máximo de patrimônio possível”, afirma. Os bens de Henrique e Fernanda já foram bloqueados. Aparelhos celulares e computadores foram apreendidos.

Golpe

Bezerra explica que o que as investigações mostraram até agora, é que Henrique aplicava o esquema ponzi nos investidores, que é uma operação fraudulenta do tipo esquema de pirâmide. Na prática, as pessoas davam dinheiro a ele na esperança de que o valor seria investido e renderia lucros. Apesar de dizer que não garantia rendimentos, Henrique conseguia seduzir os investidores afirmando que possuía um software que impediria que eles tivessem perdas semanais superiores a 30% (confira quadro). “Sabemos de uma vítima que aplicou R$ 2 milhões”, relata o delegado.

Entretanto, em vez de fazer apostas, ele embolsava o dinheiro, repassava planilhas semanais com lucros falsos para os clientes e quando alguém pedia para realizar algum saque, ele usava o dinheiro repassado por novos investidores para pagar os antigos. Quando algumas pessoas pediram valores de saque mais altos e o esquema começou a cair, ele pediu para que elas não retirassem o dinheiro naquele momento, pois ele estava tentando entrar em uma lista dos maiores apostadores do mundo. “Para isso, ele teria dito que precisaria ter uma banca de R$ 40 milhões de euros e falou que se autorizasse os saques, ficaria desfalcado”, conta o delegado.

Denúncias

Bezerra aponta que já recebeu relatos de vítimas em outros estados do Brasil como, por exemplo, São Paulo e pede para que as pessoas lesadas pelo esquema procurem a delegacia distrital mais próxima para formalizar uma denúncia. “Elas pode levar documento comprobatório de que participaram desses supostos investimentos como, por exemplo, extratos bancários, contratos e até mesmo conversas de WhatsApp.”


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